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Participação de 41,3% nas eleições tunisinas, inferior a 2014

A taxa de participação nas eleições legislativas de hoje da Tunísia foi de 41,3%, abaixo do escrutínio de 2014, com o partido de Nabil Karoui, Qalb Tunes, e o seu principal rival, o partido Ennahdha, a reclamarem vitória.

Participação de 41,3% nas eleições tunisinas, inferior a 2014
Notícias ao Minuto

22:13 - 06/10/19 por Lusa

Mundo Tunísia

A participação nas terceiras legislativas depois da revolução de 2011 na Tunísia foi de 41,3%, um número muito abaixo do registado nas eleições de 2014, indicou a autoridade responsável pelas eleições Isie.

Está ainda abaixo da taxa de 49% registada na primeira volta das eleições presidenciais de 15 de setembro, refletindo a rejeição dos eleitores atuais, como também a falta de interesse em votar por parte dos tunisinos.

O partido de Nabil Karoui e o seu principal rival de inspiração islamita, o Ennahdha, reivindicaram ter ganhado o maior número de assentos nas eleições de hoje.

O Qalb Tunes (Coração da Tunísia), fundado pelo magnata dos media Nabil Karoui -- em prisão preventiva desde finais de agosto e um dos candidatos à segunda volta das presidenciais de 13 de outubro --, propõe a erradicação da pobreza.

O Ennahdha, que integra o poder desde 2011, tem um desafio decisivo. Esta formação liderada por Rached Ghannouchi garantiu 69 lugares da Assembleia de representantes do povo (ARP, parlamento) em 2014, mas perdeu 1,1 milhão de votos em oito anos e cinco eleições.

Duas sondagens divulgadas depois do fecho das urnas por institutos tunisinos deram o Ennahdha na liderança, com 40 deputados em 217.

Ao Qalb Tunes apontam o segundo lugar com 35 assentos, de acordo com as sondagens da Ermhod, e 33 pela Sigma.

Os resultados oficiais preliminares só serão conhecidos na quarta-feira, mas as sondagens desta noite já dão a indicação da tendência.

Neste escrutínio está em causa a relação de forças, os equilíbrios políticos e a governação nos próximos cinco anos.

Ao contrário da eleição para a chefia do Estado, com a segunda volta confirmada para 13 de outubro, a campanha das legislativas não mobilizou a população.

A anterior composição do parlamento, assinalada pela ausência de uma maioria clara e por permanentes jogos de aparelhos partidários, impediu a concretização de diversas reformas importantes, num país confrontado com uma economia em crise, desemprego, deficientes serviços públicos e uma inflação persistente.

Diversos partidos responsabilizam por este impasse a instauração, prevista na Constituição de 2014, de um regime semi-parlamentar e apelam a uma clarificação entre os poderes presidenciais, do executivo, e do parlamento.

Os tunisinos continuam a aguardar que os avanços democráticos da revolução de 2011 cumpram duas das suas principais reivindicações, trabalho e dignidade.

Mesmo que tenha conseguido controlar a ameaça 'jihadista' que atingiu fortemente o setor do turismo em 2015, este país do Norte de África sob a dependência dos empréstimos do FMI e confrontado com uma dívida paralisante.

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