Anteriores legislativas na Tunísia aconteceram no período pós-revolução
A Tunísia, que organiza domingo eleições legislativas uma semana antes das presidenciais, já promoveu diversos escrutínios desde a revolução de 2011 que deu início à designada Primavera Árabe.
© Reuters
Mundo Tunísia
Tunisinos vão escolher parlamento e daqui a uma semana vão votar no seu novo presidente.
Primeiro escrutínio livre
Em 23 de outubro de 2011, os tunisinos mobilizam-se em massa para eleger uma Assembleia nacional constituinte (ANC), a primeira eleição livre da história do seu país, nove meses após a revolução que derrubou o ditador Zine El Abidine Ben Ali.
O movimento islamita Ennahdha, legalizado em março de 2011, garante 89 dos 217 lugares da Assembleia constituinte. É seguido pelo Congresso para a República (CPR, esquerda nacionalista), de Moncef Marzouki, que obtém 29 eleitos.
Em 12 de dezembro, Marzouki, feroz opositor de Ben Ali, é eleito presidente pela Assembleia Constituinte. Hamadi Jebali, número dois do Ennahdha, é encarregado de formar governo.
Em 26 de janeiro de 2014, após um ano assinalado por uma crise política, o assassínio de dois opositores e ataques 'jihadistas', a ANC adota uma Constituição.
O novo texto constitucional concede largos poderes ao parlamento e ao governo e introduz um objetivo de paridade homens/mulheres nas assembleias eleitas.
Eleições legislativas
Em 26 de outubro de 2014, os tunisinos regressam às urnas para eleger a primeira "assembleia de representantes do povo" (ARP) desde a revolução, com cerca de dois anos de atraso face ao calendário inicial.
Apesar dos receios de distúrbios, e em particular ataques jihadistas, a votação decorre sem incidentes graves. Os observadores da União Europeia referem-se a "eleições livres e transparentes".
O Nidaa Tounes do ex-presidente Béji Caid Essebsi, um partido que se apresentou como anti-islamita e que agrupava figuras de esquerda e de centro-direita, e ainda antigos membros do círculo de Ben Ali, garante 86 dos 217 lugares da Assembleia. O Ennahdha elege 67 deputados, tornando-se a segunda força no hemiciclo.
A Tunísia registou ainda uma eleição presidencial em 23 de novembro de 2014, onde, pela primeira vez, o chefe de Estado é eleito por sufrágio universal entre 27 candidatos. A morte de Béji Caid Essebsi em julho implicou a antecipação das segundas presidenciais pós-2011, com a segunda volta a decorrer em 13 de outubro.
Em 6 de maio de 2018 decorreram ainda as primeiras municipais livres, com uma taxa de abstenção que ultrapassou os 60%.
O Ennahdha garante a maioria das câmaras face ao colapso do Nidaa Tounes, minado por dissensões internas.
Em Tunes, Souad Abderrahim, cabeça de lista do Ennahdha, torna-se na primeira mulher eleita presidente do município da capital.
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