Tráfico de cocaína proveniente do Brasil preocupa autoridades belgas
A cocaína apreendida no porto de Antuérpia, na Bélgica, tida como a principal porta de entrada para a Europa deste tipo de droga, é cada vez mais proveniente do Brasil, segundo dados divulgados hoje pela alfândega belga.
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Mundo Droga
"O Brasil e o Equador são atualmente as duas maiores plataformas de trânsito para o tráfico de cocaína em direção ao nosso país", afirmou um comunicado alfandegário belga.
Desses dois países, o Brasil, "grande como um continente", é o que tem mais conexões marítimas com a União Europeia, com um grande número de quadrilhas em atividade, dificultando o controle do tráfego, destacou ainda a nota.
Entre 1 de janeiro e 25 de setembro de 2019, foram apreendidas cerca de 40,7 toneladas de cocaína no porto de Antuérpia, face às 50,6 toneladas confiscadas em todo o ano passado, e às 41,2 toneladas em 2017.
Esse aumento é parcialmente explicado pelo facto de os países que expedem os estupefacientes "estarem a tornar-se cada vez mais proativos no controlo", afirmou a porta-voz da alfândega, Florence Angelici, à agência France-Presse (AFP).
Assim, os contentores suspeitos verificados na partida podem ser controlados à chegada graças à troca de informações, explicou Angelici.
De maneira geral, de acordo com as autoridades aduaneiras belgas, o tráfico de cocaína está a tornar-se cada vez mais internacional, com os países vizinhos da Colômbia - que continua a ser o maior produtor dessa droga - a assumir com mais intensidade a exportação.
A proporção do total de remessas apreendidas provenientes da Colômbia diminuiu de 50% em 2018 para 13% em 2019, acrescentou o comunicado.
Este ano, 16% da cocaína apreendida na Bélgica foi enviada da Costa Rica.
Quanto às apreensões provenientes do Equador, a quantidade mais do que duplicou em proporção no espaço de dois anos, sendo superior a 20% do total confiscado, logo atrás do Brasil (26%).
"Na Europa, estamos a fazer tudo o que podemos para fortalecer a cooperação e o intercâmbio de informações com o Brasil", frisaram as autoridades belgas.
Um memorando de entendimento para esse efeito foi assinado neste verão com a administração aduaneira brasileira.
Na América do Sul, outros países como Argentina, Suriname, Peru ou Panamá podem preocupar-se num futuro próximo com a expansão do tráfego, indicaram ainda as autoridades em Bruxelas, capital belga.
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