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Tribunal condena Ana Julia a prisão perpétua pela morte de Gabriel

Ana Julia Quezada, que foi condenada a 20 de setembro por homicídio qualificado, foi sentenciada a prisão perpétua com revisão.

Tribunal condena Ana Julia a prisão perpétua pela morte de Gabriel
Notícias ao Minuto

11:09 - 30/09/19 por Filipa Matias Pereira

Mundo Gabriel Cruz

O tribunal espanhol sentenciou Ana Julia Quezada a prisão perpétua com possibilidade de revisão pela morte de Gabriel, o menino de oito anos filho do seu antigo companheiro Ángel Cruz, a 27 de fevereiro de 2018, numa propriedade em Almería, em Espanha.     

Recorde-se que Ana Julia já tinha sido considerada culpada, a 20 de setembro, pelos membros do júri que deram como provado que Ana Julia Quezada, de 46 anos, matou Gabriel de forma "intencional e impulsiva".

Apesar terem dado como provado o homicídio com violência, descartaram que a mulher tivesse prolongado de forma deliberada o sofrimento da criança. No entanto, assumiram que o menino foi apanhado desprevenido e que houve um aproveitamento da superioridade de Ana Julia face a Gabriel devido à diferença de idades e de constituição física.

Dá conta o El País que esta segunda-feira foi lida a sentença às partes e, para além de ser considerada autora do homicídio do pequeno Gabriel, Ana Julia foi também condenada por dois crimes de danos psicológicos de que são vítimas os pais do menino. Em concreto, em relação aos danos causados a Ángel Cruz, a arguida foi condenada a três anos de prisão e, relativamente a Patricia Ramírez, a homicida foi sentenciada com dois anos e nove meses. 

O Tribunal de Almeria decretou também que Ana Julia está proibida de residir e até de se dirigir ao município de Níjar, na província de Almería, e ao local onde residem os pais de Gabriel durante 30 anos. Adicionalmente, a arguida terá de manter uma distância de 500 metros de Ángel e Patricia. 

Já no domínio da responsabilidade civil, a sentença prevê que Ana Julia pague 250 mil euros a cada um dos progenitores de Gabriel pelos danos morais causados. Para além disto, o juiz previu que a mulher terá de reembolsar em 200.203 euros o Estado pelo valor gasto nas buscas do menor. 

Saliente-se que esta é a primeira vez que uma mulher é condenada a prisão perpétua com possibilidade de revisão - uma figura que foi introduzida no ordenamento jurídico espanhol em 2015 para dar resposta aos populares que pediam penas mais duras para os autores de crimes com especial gravidade. Esta condenação prevê que, de tempos em tempos, o tribunal analise o caso para decidir se o detido deve permanecer preso ou recuperar gradualmente a liberdade. 

Conta ainda a imprensa espanhola que esta foi a primeira vez, em nove dias de julgamento, que Ana Julia não chorou. 

Recorde-se que Gabriel Cruz desapareceu no dia 27 de fevereiro de 2018, em Almería, e foi encontrado no dia 11 de março do mesmo ano na bagageira do carro de Ana Julia, namorada do pai do menino. A mulher confessou o crime e revelou que matou a criança depois de uma discussão entre ambos. A morte de Gabriel causou comoção em Espanha e foi condenada pelo rei Filipe VI.

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