Cuba diz que críticas de Bolsonaro a programa de médicos são calúnias
O ministro cubano dos Negócios Estrangeiros considerou hoje as declarações feitas na ONU pelo Presidente brasileiro sobre o programa de médicos cubanos no estrangeiro como "calúnias", afirmando que Jair Bolsonaro está "a delirar sobre o tempo da ditadura militar".
© Getty Images
Mundo Bolsonaro
"Rejeito veementemente as calúnias de Bolsonaro sobre Cuba e a cooperação médica internacional", afirmou Bruno Rodriguez, numa declaração publicada na rede social Twitter.
Bolsonaro "está a delirar sobre o tempo da ditadura militar", disse o ministro cubano, em Nova Iorque, depois de o chefe de Estado brasileiro ter discursado na ONU.
O Presidente brasileiro "devia era preocupar-se com a corrupção no seu sistema judicial, no seu Governo e na sua família. Ele é o preconizador do aumento das desigualdades no Brasil", acrescentou o responsável da diplomacia cubana.
Cerca de 8.500 médicos cubanos estiveram a trabalhar no Brasil até ao ano passado, sob o programa de cooperação "Mais médicos", lançado em 2013 pela então Presidente Dilma Rousseff para ter médicos nas áreas mais pobres e remotas do país.
No entanto, em novembro passado, Cuba decidiu interromper o programa e mandar regressar os médicos, depois de Jair Bolsonaro ter lançado duras críticas, questionado a competência dos médicos cubanos e dizendo que as suas condições de trabalho eram parecidas com "a escravatura", já que o Governo cubano lhes ficava com 70% do salário.
O envio por Cuba de médicos para países estrangeiros é uma tradição de longa data, constituindo também a sua principal fonte de receitas (cerca de 10 mil milhões de euros por ano antes do final do programa brasileiro), à frente do turismo e das remessas dos cubanos emigrados.
No final de 2018, mais de 34 mil médicos e paramédicos cubanos estavam a exercer no estrangeiro, espalhados por 66 países.
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