Pelo menos 400 detidos após protestos no fim de semana no Egito
As forças de segurança do Egito detiveram pelo menos 400 pessoas em todo o país após raros protestos antigovernamentais durante o fim de semana, disseram hoje os advogados de direitos humanos Malek Adly e Khaled el-Masry.
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Mundo Egito
El-Masry indicou que o ministério público questionou pelo menos 220 pessoas sob alegações de terem participado nas atividades de um grupo proibido, divulgado notícias falsas, usado indevidamente as redes sociais ou participado em protestos não autorizados.
De acordo com a lei egípcia, os crimes em causa preveem anos de prisão.
Centenas de pessoas saíram à rua em várias cidades egípcias, incluindo a capital, Cairo, durante o fim de semana pedindo a demissão do presidente Abdel-Fatah al-Sissi. Apesar de reunirem apenas algumas centenas de pessoas, os protestos são os primeiros de relevo desde 2016.
O governo restringiu fortemente as manifestações em 2013, pouco depois de Sissi ter liderado o golpe militar que derrubou o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito, Mohammed Morsi, com origem na Irmandade Muçulmana, que foi, entretanto, proibida.
Desde então, as autoridades reprimiram dissidentes, detiveram milhares de militantes islamitas, assim como militantes laicos e "bloggers" populares.
Os atuais protestos resultam de uma campanha 'online' conduzida por um empresário egípcio radicado em Barcelona que tem criticado a corrupção no Egito. Mohammed Ali divulgou uma série de vídeos falando de corrupção no governo e nas forças armadas, embora não apresente provas.
Sissi, que partiu na sexta-feira à noite para Nova Iorque para participar na Assembleia-Geral das Nações Unidas, ainda não fez comentários públicos sobre as manifestações, mas a semana passada tinha qualificado de "mentiras" as alegações de Ali.
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