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Marcha pelo ambiente pede a proteção da Amazónia e povos indígenas

A marcha pelo ambiente juntou, na sexta-feira, 250 mil pessoas de todas as idades nas ruas de Nova Iorque para, antes do discurso da ativista sueca Greta Thunberg, pedirem proteção da natureza e solidariedade pela Amazónia, no Brasil.

Marcha pelo ambiente pede a proteção da Amazónia e povos indígenas
Notícias ao Minuto

08:07 - 21/09/19 por Lusa

Mundo Amazónia

Várias ruas de Nova Iorque foram cortadas ao trânsito a partir das 12:00 (17:00 em Lisboa), para permitirem a marcha de 250 mil pessoas e dos seus cartazes e sinais, de todas as cores e tamanhos, verdadeiros trabalhos manuais que pediam a mudança de atitudes, a proteção do planeta e a união pela causa ambiental.

Sobressaíram os inúmeros rostos jovens, reunidos em grupos numerosos, num dia que lhes foi concedido pelas escolas para se juntarem à marcha entre a praça a Foley Square e o Battery Park, na baixa (downtown) de Nova Iorque.

Charlie, de 11 anos, segurava uma cartolina amarela fluorescente onde se lia "Eu queria salvar extraterrestres, mas prefiro salvar a Terra" e explicou à agência Lusa que teve essa ideia durante as aulas que lhe ensinaram sobre o aquecimento global.

No Battery Park, o palco esteve preparado para duas horas de música e discursos de representantes de vários povos do mundo como o Brasil, México, Bangladesh e Estados Unidos da América.

Não foi apenas a brasileira de 19 anos Artemisa Xakriabá que chamou a atenção para os direitos dos povos indígenas e o protesto contra a desflorestação e os fogos na floresta amazónica, palavras a que todos os nova-iorquinos presentes deram força.

Artemisa, do povo Xakriabá e jovem líder da Articulação de Povos Indígenas do Brasil, nas vestimentas tradicionais e na maquilhagem nativa, falou em português e tinha ao seu lado uma intérprete.

"Estou aqui para representar os 25 milhões de indígenas e comunidades territoriais da Articulação de Povos Indígenas do Brasil e os 600 milhões de hectares de terra que defende", disse Artemisa.

"Não existe diferença entre uma jovem ativista indígena como eu e uma jovem ativista sueca como a Greta", disse Artemisa.

A jovem adulta apelou também aos mais novos: "O nosso futuro não pode continuar nas mãos de quem quer roubar os nossos sonhos. A nossa luta tem 500 anos e não vamos desistir".

Greta Thunberg, sueca de 16 anos, era a mais esperada para se fazer ouvir em Nova Iorque com os pedidos para a ação ambiciosa e determinada dos jovens. "Porquê estudar para um futuro que nos está a ser roubado?" foi uma das mensagens mais fortes da tarde.

Um homem exibia um cartaz que brincava com o 'slogan' da campanha de Donald Trump para as eleições presidenciais em 2016. Em vez da conhecida frase "Make America great again" (Tornar a América grande de novo), o protestante imprimiu "Make America Greta again".

Também os pais tiraram folgas ou faltaram ao trabalho para se juntarem à caminhada especialmente organizada para os mais novos.

Grávida de cinco meses, Lauren exibia com a ajuda da barriga um papel agrafado à camisola, onde se lia: "ela não quer estar na lista das espécies ameaçadas".

"Leio sobre a água potável a terminar, leio sobre todas estas coisas que podem acontecer no ambiente durante a sua vida", disse Lauren à agência Lusa. "Será uma sorte se ela acabar a escola secundária antes que a situação fique crítica, se o nosso governo (EUA) não começar a combater os efeitos", continuou.

Sarah, assistente social, tirou uma folga no trabalho para poder estar na marcha com duas crianças. Enquanto falava à Lusa, Sarah dava a mão direita à filha de sete anos e, com a mão esquerda, tocava as costas do filho de nove anos.

Sarah tirou o dia do emprego para trazer os filhos, que também faltaram à escola e viajaram de Nova Jérsia até Nova Iorque "para eles fazerem parte do movimento para a geração deles".

O protesto tinha outros cartazes onde se liam mensagens como "ouçam estes miúdos" ou "Façam ciência, não silêncio". Outro trabalho exibia uma imagem de fundo do planeta azul, com as palavras "Limpa esta balbúrdia! -- A tua mãe".

Como disse Artemisa Xacriabá, "a luta pela Terra Mãe é a mãe de todas as lutas".

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