Encontrado vivo líder de sindicato do Zimbabué alegadamente raptado
O presidente da Associação de Médicos Hospitalares do Zimbabué (ZHDA), Peter Magombeyi, cujo alegado sequestro no passado sábado motivou protestos, foi encontrado vivo na noite de quinta-feira, anunciaram as autoridades e ativistas.
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Mundo Médicos
De acordo com o Fórum de ONG dos Direitos Humanos, o médico Peter Magombeyi, foi libertado durante a noite, tendo sido entregue aos seus advogados.
Segundo um comunicado das autoridades, o líder sindical "foi encontrado pela polícia", estando a receber tratamento na capital, Harare.
Fonte do sindicato, citado pela agência espanhola Efe, disse que o médico "parece estar bem".
"Disse que não tem nenhum ferimento, mas não se recorda do que lhe aconteceu nos últimos dias", relatou a mesma fonte.
O ministro da Informação do Zimbabué afirmou que as tentativas da polícia para o interrogar não estavam a funcionar, "porque ele prefere não falar com as autoridades".
Alguns órgãos de comunicação locais indicaram que Magombeyi apareceu na localidade de Nyabira, cerca de 30 quilómetros a noroeste de Harare.
O médico foi alegadamente sequestrado no sábado à noite por três homens que o ZHDA identificou como membros dos serviços de inteligência zimbabueanos, depois de ter recebido várias mensagens com ameaças.
O desaparecimento ocorreu quando o médico negociava, em nome da ZHDA, com o Governo para tentar obter uma melhoria salarial e que os ordenados sejam pagos em dólares norte-americanos e não nos desvalorizados dólares zimbabueanos.
Alguns médicos dizem que já não têm sequer capacidade de se deslocar para o trabalho, já que vivem com salários inferiores a 90 euros por mês.
Segundo a agência Associated Press, mais de 50 críticos do Governo e ativistas foram raptados no Zimbabué este ano, tendo alguns sido torturados e alertados por presumíveis agentes da segurança do Estado para desistirem de ações antigovernamentais.
Uma mulher foi forçada a beber água do esgoto, denunciou a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.
O caso envolvendo Magombeyi motivou manifestações de preocupação a nível internacional, com a União Europeia a apelar às autoridades para que se empenhassem nas buscas do médico, enquanto crescem receios de que o Governo liderado pelo Presidente Emmerson Mnangagwa esteja a tornar-se mais repressivo do que o líder de longa data, Robert Mugabe, que morreu no início deste mês.
Mugabe foi acusado de recorrer aos raptos para silenciar críticos, e alguns nunca voltaram a aparecer.
Médicos de hospitais públicos manifestaram-se ao longo da semana nas ruas de Harare para entregar uma petição ao Presidente Mnangagwa.
O Governo negou, desde o início, qualquer envolvimento no desaparecimento de Magombeyi.
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