Cidade europeia a organizar o EuroPride 2022 conhecida no sábado
A cidade europeia a organizar o EuroPride 2022, "o maior evento" de celebração do orgulho gay na Europa, vai ser conhecida no sábado, estando Portugal a disputar a organização com Espanha, Sérvia e Irlanda.
© Reuters
Mundo EuroPride 2022
Em Portugal, a organização é partilhada entre a Variações -- Associação de Comércio e Turismo LGBTI de Portugal, a associação ILGA Portugal e a rede ex-aequo e, em declarações à agência Lusa, o diretor executivo da Variações, Diogo Vieira da Silva, preferiu ser cauteloso, referindo que o país tem 25% de hipóteses de ganhar.
Isto porque apesar de serem três países em competição, são quatro as cidades que disputam a organização: Barcelona e Maspalomas, em Espanha, Belgrado, na Sérvia, e Dublin, na Irlanda.
Portugal aposta num programa único de seis dias, entre 19 e 24 de setembro de 2022, que decorrerá em Lisboa e no Porto, sendo o lema da candidatura "Beyond Proud", que pretende alertar que os direitos LGBT são "algo multifacetado e que diz respeito a toda a gente" porque se trata de direitos humanos, disse Diogo Vieira da Silva.
"É esse panorama que queremos trazer a uma Europa que está cada vez mais radicalizada e a nossa candidatura prende-se exatamente com uma noção de uma Europa que deve abrir-se ao mundo, que deve ser mais diversa, aceitar a diferença e tentar combater estes radicalismos que vão surgindo", disse o responsável.
Mas apesar de Portugal ser atualmente "um dos países que está no topo a nível legal de defesa dos direitos das pessoas LGBT", a nível da aceitação social está abaixo da média europeia, vincou.
Segundo Diogo Vieira da Silva, as pessoas LGBT continuam a sentir-se "discriminadas" e a considerar que "não são socialmente aceites".
"Estamos ao patamar de países como a Estónia, algo que nos deve fazer refletir e é esse o mote da nossa candidatura porque não basta ficar pelas alterações legais, é preciso fazer a mudança social, a mudança de mentalidades", defendeu, considerando que um evento como o EuroPride pode contribuir para essa mudança.
Sobre a possibilidade de Portugal ser o país eleito para organizar o evento, o responsável comentou que "em conversas de amigos" se vai percebendo que "há um grande interesse" no país, não só porque é um destino diferente, com bom tempo, mas acima de tudo por ser um exemplo para a Europa, "onde o radicalismo ainda não surge".
"Somos dos poucos países da Europa onde ainda não existe extrema-direita no parlamento e isso é um motivo de esperança para os outros organizadores", salientou.
Diogo Vieira da Silva avançou que o orçamento total do evento é de 888 mil euros, sendo que 250 mil euros serão de patrocínios, donativos e merchandising.
"Estimamos que mais de metade do orçamento venha de receitas próprias e de patrocínios", disse, acreditando que o Turismo de Portugal possam comparticipar um "valor muito simbólico", tendo em conta "a dimensão e a visibilidade" do evento.
"É inegável a componente turística que este evento vai ter e, por isso, acreditamos que vamos conseguir uma comparticipação de 150 mil euros do Turismo de Portugal, mas é algo que ainda não está garantido", rematou o diretor executivo da Variações.
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