"Os Huthis (...) anunciaram que foram os próprios a realizar esta ação. É relativamente pouco credível, mas como há uma investigação internacional, aguardemos os seus resultados", afirmou o ministro à televisão francesa CNEWS.

No sábado, rebeldes Huthis reivindicaram ataques de 'drones' às instalações de Abqaiq, a maior em processamento de petróleo do mundo, e ao campo de petróleo de Khurais, na Arábia Saudita, reduzindo a produção saudita em 5,7 milhões de barris por dia, ou seja, 6% da produção mundial.

A Arábia Saudita acusa o Irão de ser responsável pelos ataques.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, que visitou a Arábia Saudita na quarta-feira, falou em "ato de guerra" por parte do Irão.

"Manifestamente foram usadas várias ferramentas militares, 'drones', talvez até mísseis", disse o ministro de França, questionando a capacidade dos Huthis de realizar tal operação e "alcançar o seu propósito".

Jean-Yves Le Drian também apontou a proximidade do ataque à próxima Assembleia-Geral da ONU, que terá início a 24 de setembro, em Nova Iorque, e poderia levar a uma reunião histórica entre os Presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Irão, Hassan Rohani.

"Este é precisamente o momento escolhido pelo agressor para realizar os ataques " contra as instalações de petróleo sauditas, disse o ministro francês, sugerindo que houve um desejo de minar tal reunião.

"Essa intervenção ocorre pouco antes da Assembleia-Geral das Nações Unidas, num momento em que a França, em particular, tomou iniciativas para tentar encontrar uma forma de serenidade nessa região", acrescentou, em referência à mediação francesa para tentar salvar o acordo nuclear do Irão.

Jean-Yves Le Drian reiterou o seu pedido para a redução da tensão na região, recusando qualquer especulação sobre uma possível ação militar saudita ou norte-americana contra o Irão.

"Agora devemos voltar ao princípio da escalada (...) não faço planos sobre suposições que não estão sobre a mesa hoje", afirmou.

O presidente Trump anunciou quarta-feira um "aumento substancial de sanções" contra o Irão e disse ter "muitas opções" contra Teerão.

O Irão disse que a viagem do Presidente Rohani a Nova Iorque "pode ser cancelada" por falta de vistos emitidos pelos Estados Unidos.

"Espero que o bom senso retorne", disse o ministro francês, questionado sobre este ponto.

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