Líderes partidários espanhóis cruzam acusações pelo impasse político
Os principais líderes políticos espanhóis cruzaram hoje acusações e críticas pelo impasse político atual que vai levar à realização de novas eleições legislativas em 10 de novembro próximo, as quartas dos últimos quatro anos.
© Reuters
Mundo Espanha
Um dia depois de o rei, ter constatado a falta de acordo e decidido não propor um candidato para ser investido primeiro-ministro, o chefe do Governo em funções e líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, e o presidente do Partido Popular (PP, direita), Pablo Casado, tiveram esta manhã um debate parlamentar que mais parecia a campanha eleitoral para a próxima ida às urnas.
Pedro Sánchez realçou que espera que o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) consiga a 10 de novembro obter uma "maioria rotunda" que impeça os restantes três grandes partidos - PP, Cidadãos (direita liberal) e Unidas Podemos (extrema-esquerda) - de "bloquear" a formação de um Governo.
O líder socialista responsabilizou pelo impasse político a "falta de sentido de Estado" de Pablo Casado, a "irresponsabilidade" de Albert Rivera (Cidadãos) e o "dogmatismo" de Pablo Iglesias (Unidas Podemos).
O líder do PP acusou Sánchez de só oferecer "a maior das incapacidades", a "inação mais solene" e de ter estado a brincar com os espanhóis nos últimos cinco meses.
O rei de Espanha está constitucionalmente obrigado a dissolver o parlamento e a marcar eleições depois de segunda-feira, 23 de setembro, daqui a menos de uma semana.
Se, como tudo indica, forem marcadas eleições, as quartas nos últimos quatro anos, as sondagens indicam que tanto o PSOE como o PP sobem na intenção de votos dos espanhóis, mas continuaria a haver dificuldade em formar um Governo estável, sem uma maioria clara de partidos de esquerda ou de direita.
O PSOE defendeu até ao último minuto um acordo "à portuguesa" - acordo parlamentar com Governo exclusivamente socialista -, enquanto o Unidas Podemos defendia uma coligação governamental com ministros da extrema-esquerda.
Nas legislativas de abril último, o PSOE obteve 123 deputados (28,68% dos votos), o PP 66 (16,70%), o Cidadãos 57 (15,86%), a coligação Unidas Podemos 42 (14,31%) e o Vox 24 (10,26%), tendo os restantes deputados sido eleitos em listas de formações regionais, o que inclui partidos nacionalistas e independentistas.
A Espanha tem assistido a uma grande instabilidade política desde que em 2015 terminou o anterior sistema bipartidário - em que PSOE e PP se intercalavam no Governo - com a entrada no parlamento do Podemos (extrema-esquerda) e do Cidadãos (direita liberal).
Nas eleições de abril último o parlamento ficou ainda mais fragmentado com o aparecimento do Vox (extrema-direita) que conseguiu mais de 10% dos votos.
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