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Forças Armadas condenam ativação do TIAR e advertem para consequências

As Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela (FABV) condenaram hoje a ativação, pela Organização de Estados Americanos (OEA), do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), advertindo que trará consequências nefastas para a América do Sul.

Forças Armadas condenam ativação do TIAR e advertem para consequências
Notícias ao Minuto

23:37 - 17/09/19 por Lusa

Mundo Venezuela

"As FABV condenam categoricamente a ativação espúria e írrita do TIAR, pela OEA, contra a Venezuela", refere um comunicado lido pelo ministro venezuelano da Defesa, Vladimir Padrino López.

Segundo o comunicado, a ativação do TEAR é uma "provocação irracional" que pretende "legalizar uma intervenção militar" para "derrubar o Governo legítimo" do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

"O TIAR é um instrumento anacrónico e falacioso, um subterfúgio desenhado pelo império norte-americano para garantir os seus próprios interesses hegemónicos", afirma.

O documento explica que em 1982, durante a Guerra das Malvinas, os EUA "não hesitaram em trair a Argentina e se alinharem com o Reino Unido, demonstrando, assim, a perda de legitimidade e validade desse pacto", e que tal realidade histórica motivou o falecido presidente Hugo Chávez a retirar a Venezuela desse tratado.

O comunicado adianta que a insólita decisão dos EUA de declararem, em 2015, a Venezuela como uma ameaça para a paz e a segurança hemisférica "desnuda os verdadeiros interesses desestabilizadores", considera que quem apela a esse mecanismo intervencionista o faz para intensificar uma campanha de agressão, "combinada com o imoral bloqueio económico-financeiro", assomando agora "o uso da força para alcançar suas ambições infames".

"É imperativo destacar que um desenlace dessa natureza traria consequências nefastas para toda a América do Sul, erigida na última década como uma zona de paz, convertendo-a, pelo contrário, em uma zona de guerra", sublinha.

Para as FABV, é "muito triste e lamentável que setores da oposição política venezuelana, atuando como mercenários, apoiem abertamente" a ativação desse mecanismo, "em detrimento da nação e pretendendo a reintegração fraudulenta (da Venezuela) à aberração denominada TEAR, e dando o aval a uma possível ação militar, o que revela a sua baixeza moral e ética, mas, acima de tudo, a total indiferença perante os verdadeiros interesses do povo venezuelano".

"Perante este novo ataque imperial que viola com descaramento o princípio da autodeterminação e as normas elementares do direito internacional, as FABV reafirmam a sua vocação pacifista, mas também ratificam, com veemência, o seu caráter anti-imperialista e a inabalável resolução de cumprir o juramento sagrado de honrar e defender a soberania e independência da pátria, mesmo perdendo a vida se for necessário", conclui.

Em 11 de agosto, no decurso de uma reunião da OEA, a Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Guatemala, Haiti, Honduras, Paraguai, República Dominicana, El Salvador e o representante da oposição venezuelana votaram pela ativação do órgão de consulta do TIAR.

Washington explicou ter invocado o TIAR, que prevê uma assistência mútua em caso de ataque militar, em resposta às manobras militares ordenadas ao longo da fronteira com a Colômbia pelo Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que acusa este país vizinho de procurar "desencadear um conflito".

A Venezuela, confrontada com uma profunda crise política e económica, iniciou em 10 de setembro, o envio de 150.000 soldados para essa fronteira.

"Os soldados não são uma provocação. As manobras militares são apenas medidas para nos protegermos", afirmou o ministro venezuelano de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, aos jornalistas.

"Onde se treinam esses paramilitares e esses ex-militares venezuelanos? Na Colômbia", disse.

O Presidente colombiano, Iván Duque, negou qualquer intervenção militar contra a Venezuela, mas continua a exigir o afastamento de Nicolás Maduro e a reconhecer presidente interino o dirigente da oposição Juan Guaidó, à semelhança de cerca de 50 países, incluindo os Estados Unidos.

Segundo Washington, o pedido de ativação do TIAR partiu da oposição venezuelana.

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