Governo não é "para uma investidura, mas sim para uma legislatura"
Pedro Sánchez reagiu à decisão do rei de Espanha de não apresentar nenhum candidato para uma investidura. O país deverá regressar às urnas a 10 de novembro.
© Reuters
Mundo Espanha
O líder do PSOE, e até então o candidato mais provável a ser investido como primeiro-ministro espanhol, não conseguiu chegar a acordo com os partidos para formar governo e ficou assim 'encostado' à espera de novas eleições após a decisão do rei Felipe VI de não apresentar nenhum candidato.
Pedro Sánchez reagiu a esta decisão garantindo ter "tentado [chegar a acordo] por todos os meios". "Mas tornaram-no impossível", revelou numa declaração a partir do Palácio de Moncloa.
"Tentei formar o governo que considero que Espanha necessita perante os desafios que aí vêm. Espanha não precisa de um governo para uma investidura, mas sim de um governo para uma legislatura", atirou.
Para Sánchez, as "duas forças políticas conservadora e uma força política de esquerda decidiram bloquear a formação do governo que os espanhóis reclamaram". "Os espanhóis disseram em quatro ocasiões que Espanha quer caminhar para o caminho progressista e pedimos-lhes que o digam de forma ainda mais clara no próximo dia 10 de novembro", continuou, já piscando o olho aos eleitores para a ida às urnas.
Los españoles y españolas ya hablaron claro en cuatro ocasiones. Eligieron avanzar con un gobierno progresista liderado por el @PSOE. Les pediremos que lo digan aún mas claro el 10N, para que no haya más bloqueos y España entre en una senda de estabilidad y serenidad. pic.twitter.com/mQ5LAqAI3V
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) 17 de setembro de 2019
Sobre o seu maior impasse, com o Unidas Podemos, o líder do PSOE quis deixar claro que culpa Pablo Iglésias, referindo que este "vai a caminho de um recorde". "Nunca houve na Europa um partido de esquerdas que vetasse quatro vezes em cinco anos um governo socialista", disse.
"Espanha não precisa de qualquer tipo de governo, mas sim de um estável e duradouro. Há que reconhecer a legitimidade da formação política que ganhou as eleições", seguiu.
Em referência ao bloqueio à investidura feito pelo PP, de Pablo Casado, criticou que a "força política que governou tinha de garantir a estabilidade".
Questionado sobre se após as novas eleições continuaria a admitir uma coligação, respondeu apenas que "todos os partidos políticos vão ter de se explicar nas próximas semanas". "Propus um governo de coligação ao líder do Podemos e ele rejeitou-o".
"Vamos defender que Espanha precisa de um governo estável, não precisa de dois governos em um", sublinhou. "Espero que a maioria parlamentar seja dada ao Partido Socialista para que não haja mais bloqueios a partir de 10 de novembro", rematou.
Recorde-se que após uma ronda de consultas com os partidos com assento parlamentar, o rei Felipe VI decidiu não propor qualquer candidato para ser investido como primeiro-ministro e tentar formar governo. Dessa forma Espanha estará a caminho de novas eleições - as quartas em quatro anos - marcadas para 10 de novembro.
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