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Uganda deportou 32 pessoas para o Ruanda

O Uganda deportou mais de 30 pessoas para o Ruanda na quinta-feira, cerca de três semanas depois de Angola ter patrocinado um memorando de entendimento para tentar diminuir a tensão entre estes dois países.

Uganda deportou 32 pessoas para o Ruanda
Notícias ao Minuto

16:46 - 13/09/19 por Lusa

Mundo Uganda

"Encontraram-nos numa reunião na igreja, estávamos lá uns 40, e eles entraram com armas, algemas e paus, tiraram-nos da igreja, algemaram-nos, enfiaram-nos em carros e levaram-nos para a prisão", disse um dos deportados citados hoje na imprensa do Ruanda, acrescentando que a maioria destas pessoas eram sacerdotes.

O Uganda deportou 32 cidadãos do Ruanda para o seu país na quinta-feira, e a imprensa local identifica estas pessoas como as que foram detidas a 23 de julho enquanto rezavam na igreja.

No dia seguinte, o grupo foi levado para ser interrogado na sede do serviço de inteligência militar, em Mbuya, na cidade de Kampala, a capital do Uganda, onde afirmam ter sido sujeitos a um interrogatório muito duro.

"Fomos interrogados com capuzes enfiados nas nossas cabeças, foi tão aterrador, não conseguíamos ver os interrogadores e pensávamos que íamos morrer", contou um dos interrogados citados na imprensa ruandesa.

As autoridades do Uganda e do Ruanda têm planeado um encontro em Kigali, para a implementação total do acordo mediado por Angola para diminuir a tensão entre os dois países vizinhos africanos.

A 21 de agosto, os Presidentes do Uganda, Yoweri Museveni, e do Ruanda, Paul Kagamé, assinaram, na capital angolana, o Memorando de Entendimento de Luanda, que coloca fim a acusações mútuas entre os dois países.

O ato de assinatura do documento ocorreu durante uma cimeira quadripartida, em que participaram além dos dois Presidentes, os chefes de Estado de Angola, João Lourenço; da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshissekedi, e da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, também convidado para o encontro.

O Presidente anfitrião e facilitador do acordo, João Lourenço, disse que situações de desentendimentos são comuns entre países, como o caso do Uganda e do Ruanda, "vizinhos e com laços ancestrais de verdadeira e profunda irmandade".

As relações entre os dois países deterioraram-se nos últimos meses, ao ponto de fazer com que os ex-aliados se acusassem de espionagem, assassinato político e interferência nos assuntos internos.

Segundo o chefe de Estado angolano, os dois países "atravessam um momento particularmente difícil de relacionamento entre si, situação que contraria a vontade dos respetivos povos e afeta seriamente a economia de ambos os países".

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