O ataque foi levado a cabo esta quinta-feira na cidade de Burayu, a cerca de 20 quilómetros a noroeste da capital Adis Abeba, de acordo com o canal de televisão Fana BC, próximo do poder.

A cidade é situada na região de Oromia, epicentro das manifestações anti-governamentais que conduziram ao poder em abril de 2018 o atual primeiro-ministro, Abiy Ahmed.

"Detivemos 22 pessoas que são membros ou simpatizantes da OLF [Frente de Libertação Oromo, organização separatista criada em 1973 por nacionalistas oromo no contexto da luta pela independência contra o poder abissínio] e são suspeitas de ter participado no ataque com granada em Burayu", indicaram as autoridades locais através de um comunicado citado pela agência France Presse.

Popular entre os jovens oromo, a etnia mais numerosa do país, a OLF separou-se da coligação no poder, a Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope (EPRDF), em 1992, e iniciou uma luta armada contra esta.

Quando chegou ao poder, Abiy Ahmed - também ele da etnia oromo - levou o parlamento etíope a retirar em julho de 2018 a OLF da lista das organizações consideradas terroristas e, dois meses mais tardes, os principais dirigentes da organização regressaram ao país.

A OLF concluiu em agosto de 2018 um acordo com o Governo etíope com vista ao seu regresso à cena política, mas um conjunto de desacordos sobre as modalidades de desarmamento da organização tem atrasado o processo.

A luta contra a OLF pela coligação no poder provocou um ressentimento importante no seio da população oromo, que em 2015 lançou uma vaga de manifestações anti-governo sem precedentes em 25 anos, provocando a queda do antecessor de Abiy, Hailemariam Desalegn.

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