Ex-primeiro-ministro da Turquia sai do partido de Erdogan
O ex-primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu anunciou hoje que deixa o partido islamita no poder AKP, por discordar da gestão do Presidente Recep Tayyip Erdogan, indicando que pretende formar um novo movimento político.
© Reuters
Mundo Turquia
"Renuncio para um novo começo", afirmou Davutoglu em conferência de imprensa em Ancara, capital da Turquia, onde também anunciou a criação de um novo partido político.
A tensão com o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) chegou ao ponto em que a comissão executiva central dessa formação pediu no início de setembro a sua expulsão e a de outros três membros próximos ao ex-chefe de Governo.
Davutoglu criticou publicamente as decisões recentes do AKP, como a de contestar o resultado das eleições locais em Istambul ou a demissão de três prefeitos nas cidades de maioria curda.
"Apesar de sempre termos dito o 'nosso partido', o 'nosso Presidente', o 'nosso país' nos 'nossos discursos' somos acusados de traição. O AKP afastou-se dos valores que o colocaram nos corações da nossa nação", salientou Davutoglu.
"O Governo do AKP afastou-se da realidade e de um raciocínio saudável", acrescentou.
O político foi ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia entre 2009 e 2014 e posteriormente primeiro-ministro até 2016, quando foi demitido por Erdogan e substituído por Binali Yildirim.
Recentemente, Davutoglu criticou as políticas de Erdogan, especialmente no que diz respeito à liberdade de expressão.
Davutoglu é a segunda figura-chave do AKP a renunciar do partido, depois de Ali Babacan - um ex-vice-primeiro ministro e ministro da Economia, que em julho também anunciou que pretende criar um novo partido.
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