Número de casas israelitas em Jerusalém Oriental aumentou desde 2017
A organização israelita Peace Now revelou dados que demonstram o aumento das construções nos colonatos na zona oriental de Jerusalém desde que Donald Trump, aliado de Israel, assumiu o cargo de presidente dos Estados Unidos, em 2017.
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Mundo Peace Now
As informações da Peace Now divulgadas hoje pela Associated Press indicam também a grande discrepância entre o número de edificações israelitas e de palestinianos residentes na zona e que se estão a acentuar "de forma sistemática" ao longo das últimas décadas.
A expansão dos colonatos judeus em Jerusalém Oriental, zona que foi ocupada em 1967 tal como Gaza e a Margem Ocidental do Rio Jordão, pode agravar o conflito na região, alerta a mesma organização.
Os residentes palestinianos não são autorizados a construir edificações na zona e em muitos casos as casas são demolidas.
A organização israelita Peace Now refere que obteve os novos dados depois de uma "longa batalha legal" com as autoridades municipais de Israel.
O documento refere que apesar de os palestinianos representarem 60% da população em Jerusalém Oriental, apenas 30% receberam licenças de construção desde 1991.
O destino da cidade, onde se situam os locais sagrados dos judeus, muçulmanos e cristãos, é uma das questões em conflito.
Os palestinianos pretendem promover Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado mas as tensões agravaram-se depois de Donald Trump ter reconhecido a cidade como capital de Israel, em 2017, ao transferir a embaixada dos Estados Unidos que se encontrava instalada em Telavive.
De acordo com a Peace Now, nos primeiros dois anos de administração Trump as autoridades aprovaram 1.861 casas nos colonatos de Jerusalém Oriental, um aumento de 60% em relação aos dois anos anteriores.
Os números mostram que foram emitidas 1.162 licenças de construção para israelitas no ano de 2017, o que representa o valor mais elevado desde 2000.
Para os palestinianos, que representam a maioria da população da zona, foi autorizada a construção de um total de 1.223 casas em 2017 e 2018.
O porta-voz do governo de Israel não quis comentar as informações divulgadas hoje pela Peace Now.
Os números referem-se a licenças de construção autorizadas pela autarquia que permitiu desde 1991 a edificação de 21.831 casas nos colonatos judeus contra as 9.536 casas construídas legalmente nos bairros palestinianos desde o início dos anos 1990.
Atualmente, cerca de 215 mil judeus vivem em Jerusalém Oriental e são considerados habitantes da "cidade capital" enquanto que os palestinianos representam 340 mil habitantes e que residem em zonas extremamente limitadas.
A Peace Now acrescenta que devido à dificuldade em obter licenças os palestinianos constroem as casas de forma ilegal estimando-se que mais de 40 mil fogos foram construídos sem licença.
Por outro lado, o grupo de direitos humanos israelita B'Tselem denuncia que 112 casas em Jerusalém Oriental foram demolidas nos primeiros sete meses do ano, nos bairros palestinianos.
Todos os governos israelitas têm promovido a construção de colonatos, desde 1967, mesmo durante o "processo de paz" com os Palestinianos.
Mas, de acordo com os últimos dados, as aprovações aumentaram em Jerusalém e na Cisjordânia desde que Trump assumiu o cargo de presidente dos Estados Unidos.
Na passada terça-feira, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que pretende promover a construção de colonatos em cerca de um quarto do território da Cisjordânia caso o Likud vença as eleições marcadas para a próxima semana.
Os palestinianos cortaram todas as ligações com a administração norte-americana acusando Trump de estar ligado ao "governo de extrema-direita israelita".
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