O assessor de segurança da presidência sul-sudanesa e chefe do comité do período transitório, Tut Galuak, afirmou hoje à agência noticiosa espanhola, Efe, que, numa reunião entre os dois, ficou acordada "a formação do novo Governo transitório para o próximo dia 12 de novembro".
O acordo de paz - que faz esta quinta-feira um ano que foi assinado, colocando fim a cinco anos de guerra no país - previa que o executivo de unidade nacional estivesse criado até maio passado, sendo encabeçado pelo Presidente Kiir e como Machar como primeiro vice-presidente.
O prazo foi alargado em maio para 12 de novembro, uma data que já tinha sido adiantada e que agora foi confirmada.
Galuak afirmou que os líderes também acordaram criar "um comité conjunto do Governo e oposição para continuar as discussões sobre o número de estados e as suas fronteiras", um dos temas pendentes para a implementação completa do acordo de paz.
Outro dos pontos é a integração dos rebeldes com as forças governamentais para formar um exército único.
"As negociações entre nós estão a correr bem. Chegámos a soluções sobre a maioria dos assuntos. Digo-vos que as coisas vão bem", garantiu Kiir, numa breve declaração à imprensa à saída do encontro.
Machar, por sua vez, referiu que houve avanços face aos "assuntos que impedem a aplicação do acordo de paz" e que se alcançou "um grande progresso".
O líder opositor acrescentou que as conversações prosseguirão na próxima cimeira da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento no Leste de África (IGAD), bloco regional de países que medeia o conflito no Sudão do Sul, cujas datas serão definidas nos próximos dias, mas sem adiantar mais pormenores.
Esta segunda-feira, Machar viajou para Juba, capital sul-sudanesa, para uma reunião que se concluiu hoje, naquela que foi a primeira vez, desde outubro do ano passado, que o líder, exilado no Sudão, viajou para o Sudão do Sul.
Em setembro de 2018, o Presidente sul-sudanês e os principais líderes da oposição assinaram um acordo que estabelecia a implementação de um cessar-fogo num período transitório de oito meses e a posterior constituição de um governo de unidade nacional, que se manterá no poder durante três anos.
O conflito no Sudão do Sul eclodiu em dezembro de 2013, dois anos após a independência do país do Sudão, quando Kiir acusou o seu então número dois, Machar, de orquestrar um golpe de Estado.