Diretora do BCEAO diz que bancos têm de identificar transações suspeitas
A diretora do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) disse hoje que os bancos têm obrigação de identificar transações suspeitas no âmbito do combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
© Getty Images
Economia Guiné-Bissau
"Os bancos por determinação do BCEAO têm um programa de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, inclusive os bancos no seu seio têm uma estrutura que se dedica a identificar situações de risco e que possam fragilizar o sistema", afirmou Helena Embaló.
A diretora do BCEAO na Guiné-Bissau falava à imprensa no final da reunião do Conselho Nacional de Crédito para analisar a prestação da economia guineense no segundo trimestre do ano.
"Os bancos têm obrigação de identificar as transações suspeitas e têm a obrigação de identificar a sua clientela. Toda a pessoa que tem uma relação comercial com o banco, o banco tem a obrigação de a identificar, de conhecer o seu cliente. São medidas necessárias para combater o branqueamento de capitais", disse.
Para Helena Embaló, os desafios do setor bancário são enormes porque há a questão do tráfico de droga, terrorismo, corrupção, evasão fiscal.
"Neste momento está em curso a avaliação nacional de risco, que é importante porque permite adequar a estratégia nacional de luta contra o branqueamento de capitais e financiamento de terrorismo aos riscos que se identificam a nível do país", disse.
"Para o banco central e para os bancos interessa proteger a economia e os sistemas financeiros. Os bancos não podem pôr em causa a sua reputação, porque deixam de ter correspondentes no exterior e ficam impedidos de fazer transações", salientou.
Segundo a responsável há "todo o interesse que o sistema bancário não seja apanhado a lavar dinheiro sujo".
Na semana passada, o presidente da Célula Nacional de Tratamento de Informações Financeiras (Centif) da Guiné-Bissau, Justino Sá, disse à Lusa que o país poderá perder a colaboração de instituições financeiras internacionais por suspeita de branqueamento de capitais.
Para já, indicou Justino Sá, a Guiné-Bissau figura "numa espécie de lista" negra do Giaba (Grupo intergovernamental de ação contra o branqueamento de dinheiro na África Ocidental) na chamada "declaração pública", entre os 17 países africanos que compõem a organização.
De acordo com o presidente da Centif, estrutura do Ministério das Finanças guineense, o Giaba "cansou-se da forma como a questão de suspeitas de branqueamento de capitais" tem sido tratada na Guiné-Bissau, onde, enfatizou, ainda ninguém foi julgado e condenado pela justiça por estes crimes, frisou.
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