Papa pede que se amem inimigos, numa alusão à violência em Cabo Delgado
O Papa Francisco pediu hoje em Moçambique que se amem os inimigos, sem lhes responder com violência, numa homília em que fez alusão à situação de violência armada em Cabo Delgado.
© Lusa
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"Muitos de vós podem ainda contar em primeira mão histórias de violência e discórdia, uns na sua casa, outros de conhecidos" e "outros ainda pelo temor que feridas do passado se repitam e tentem apagar o caminho de paz já percorrido, como em Cabo Delgado", referiu.
A região nortenha de Moçambique enfrenta desde há três anos ataques a aldeias feitos por grupos armados dos quais pouco se conhece, além dos indícios de radicalização islâmica - ataques que já provocaram pelo menos 200 mortos e milhares de deslocados internos.
Face à situação no Norte e uma guerra civil que durou mais de uma década, deixando feridas e clivagens que perduram, o Papa deixou uma mensagem para Moçambique, no dia em que se celebra um mês da assinatura do terceiro acordo de paz entre Governo e Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
"Não se pode pensar o futuro, construir uma nação, numa sociedade sustentada na violência", destacou, sublinhando que é preciso dizer não à ideia de "olho por olho, dente por dente".
"Nenhum país tem futuro se o motor que cobre as diferenças é a vingança ou o ódio", referiu o Papa.
Quaisquer armas que se usem como resposta não são solução, referiu, defendendo que são antes a causa de "novos conflitos" com um "custo alto".
"Vós tendes direito à paz", acrescentou, num Estádio do Zimpeto lotado, apesar da chuva.
Desde que chegou ao país, na quarta-feira, o Papa Francisco tem saudado os esforços de paz em Moçambique, apelando à atenção dos dirigentes e população moçambicana para a sua manutenção.
A homília foi um dos pontos centrais da missa campal com que o Papa Francisco encerrou a passagem por Moçambique, continuando o seu périplo em Madagáscar, para onde parte hoje, continuando na segunda-feira rumo às ilhas Maurícias.
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