"Devido aos graves incêndios na parte brasileira da Amazónia e a sua relação com a criação de gado, decidimos suspender temporariamente a compra de couro ao Brasil", refere-se no comunicado.
A empresa sueca junta-se assim a outras companhias, como a norte-americana VF Coporation, responsável pelas marcas Vans e Timberland, que na semana passada também suspendeu a importação de couro do Brasil.
Marcas internacionais de roupa e calçado pediram nas últimas semanas esclarecimentos aos fabricantes de couro do Brasil sobre a origem e sustentabilidade dos seus produtos "devido a notícias que relacionam os incêndios na Amazónia com o agronegócio", segundo o Centro das Indústrias de Produtos Curtidos.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a principal associação empresarial do Brasil, apresentou a representantes europeias com negócios no país um estudo com "dados tranquilizadores" sobre a situação da Amazónia, a maior floresta tropical do mundo.
A Amazónia brasileira registou em agosto 30.901 focos de incêndio, número que é praticamente o triplo do relativo ao mesmo mês do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A gravidade dos incêndios fez aumentar a pressão internacional sobre o Governo de Jair Bolsonaro, que defendeu que é preciso explorar a Amazónia, flexibilizar a fiscalização nas áreas protegidas e legalizar a mineração nas reservas indígenas.