Mankeur Ndiaye condenou os confrontos, considerando que são uma "violação" do acordo de paz, assinado em fevereiro de 2019.
"A Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA) condena veementemente os violentos confrontos em Birão entre dois signatários do Acordo de Paz, o MLCJ e o FPRC, que causaram mortos e vários feridos", refere o represente especial das Nações Unidas numa mensagem na rede social Twitter.
Segundo a ONU, os confrontos entre os grupos armados do Movimento dos Libertadores Centro-Africanos para a Justiça (MLCJ) e da Frente Popular para a Renovação na República Centro-Africana (FPRC) causaram pelo menos dois mortos e vários feridos.
Os confrontos ocorreram em Birão, no extremo nordeste da RCA, perto da fronteira com o Sudão.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O Governo centro-africano controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
Um acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, no início de fevereiro pelo governo e por 14 grupos armados. Um mês mais tarde, as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da MINUSCA, cujo 2.º comandante é o major-general Marcos Serronha, onde agora tem a 5.ª Força Nacional Destacada (FND) e militares na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana, cujo 2.º comandante é o coronel Hilário Peixeiro.
A 5.ª FND, que tem a função de Força de Reação Rápida, integra 180 militares do Exército, na sua maioria elementos dos Comandos (22 oficiais, 44 sargentos e 114 praças, das quais nove são mulheres), e três da Força Aérea.