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Rússia propõe à NATO moratória a mísseis proibidos por tratado IFF

Moscovo propôs à NATO uma moratória sobre a colocação de mísseis de curto e médio alcance, depois de norte-americanos e russos terem abandonado o tratado sobre forças nucleares de alcance intermediário (INF), disse hoje o chefe da diplomacia da Rússia.

Rússia propõe à NATO moratória a mísseis proibidos por tratado IFF
Notícias ao Minuto

14:25 - 02/09/19 por Lusa

Mundo NATO

Este ano, tornou-se efetivo o abandono de EUA e Rússia do tratado INF, assinado em 1987, que proibia o uso de mísseis de curto e médio alcance, mas Moscovo pediu agora um adiamento de qualquer decisão sobre a instalação daquele género de armas, por qualquer das partes.

"Dirigimos essa ideia aos membros da NATO e propusemos que eles se unissem coletivamente" à moratória, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, perante uma plateia de estudantes e de professores do Instituto de Relações Exteriores do Estado de Moscovo.

O chefe da diplomacia russa confirmou que, até agora, o seu Governo não recebeu nenhuma resposta à proposta.

Embora a NATO tenha garantido que não deseja uma nova corrida ao armamento e que não empregará na Europa mísseis nucleares anteriormente proibidos pelo tratado INF, Moscovo não esconde o ceticismo, temendo que as bases terrestres já existentes possam ser usadas para esse género de mísseis.

Lavrov referiu mesmo um recente teste com um míssil de médio alcance, realizado pelos norte-americanos, como prova do receio de regresso a este género de armamento.

"As ações dos EUA, que já testaram um míssil de médio alcance, recorrendo a uma base terrestre que, como sempre afirmavam, serviria apenas para lançar foguetes de mísseis, demonstram que Washington não pretende restaurar o acordo", afirmou o chefe da diplomacia russa.

Sergei Lavrov recordou ainda as propostas dos EUA de envolver a China num eventual novo acordo de desarmamento e lembrou as declarações feitas por Pequim, que argumenta que os seus arsenais nucleares não são comparáveis aos dos norte-americanos ou aos dos russos, e, por isso, não se associarão à iniciativa.

"Eles pedem-nos para convencer a China. Mas não contem connosco", afirmou Lavrov.

Na quinta-feira passada, Pequim rejeitou mais uma vez a proposta de Washington de negociar um novo tratado trilateral sobre a eliminação de mísseis nucleares de curto e médio alcance, que incluiria a China, EUA e Rússia, alegando que o acordo não é "justo ou razoável".

O tratado INF, assinado pelos EUA e a Rússia, em 1987, estipulava a destruição pelos signatários de todos os mísseis balísticos e de cruzeiro lançados a partir de terra, de curto e médio alcance, ou seja, com alcance entre 500 e 5.500 quilómetros.

A Rússia refutou as críticas, apontadas pelos norte-americanos, de ser o único culpado pelo fim do tratado - o primeiro a desarmar a Guerra Fria - e acusou os EUA de colocarem em risco a segurança da Europa e o sistema global de controle de armas.

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