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Bolsonaro diz que 20 milhões de dólares oferecidos pelo G7 são "esmola"

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou na quinta-feira que os 20 milhões de dólares (17,95 milhões de euros) oferecidos pelo G7 para combater os incêndios da Amazónia são uma "esmola" e que o Brasil "vale muito mais".

Bolsonaro diz que 20 milhões de dólares oferecidos pelo G7 são "esmola"
Notícias ao Minuto

06:52 - 30/08/19 por Lusa

Mundo Amazónia

"Macron [ Presidente francês] ofereceu uma esmola. O Brasil vale muito mais do que 20 milhões de dólares, pelo amor de Deus", afirmou Bolsonaro, numa transmissão em direto na sua página do Facebook.

Na segunda-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que o grupo das sete nações mais industrializadas do mundo disponibilizou uma ajuda imediata de 20 milhões de dólares para combater os incêndios na maior floresta tropical do mundo.

Porém, Bolsonaro, que primeiramente impôs condições para aceitar a verba, como o reconhecimento da soberania do Governo brasileiro, agora declarou que o Brasil merecia uma ajuda maior, acrescentando que países da Europa estavam a "comprar" o país sul-americano a prestações".

"Eu já havia dito que alguns países europeus estavam a comprar o Brasil a prestações. Deram mais de mil milhões de dólares (mais de 900 milhões de euros) ao todo, no últimos 10 ou 12 anos. Agora, digam-me o que é que foi feito com esse dinheiro? Apontem um hectare que tenha sido replantado. Uma ação positiva. Não há nada. Grande parte foi para organizações não-governamentais (ONG) meterem ao bolso", disse o governante.

"O problema não é desflorestar, o problema é desmamar esse pessoal (ONG)", acrescentou o chefe de Estado, que já na semana anterior tinha afirmado que os principais suspeitos dos incêndios na Amazónia eram as ONG.

"Todo o mundo é suspeito, mas a maior suspeita vem de ONG". (...) Há, no meu entender, um indício fortíssimo de que esse pessoal das ONG perdeu a teta [expressão usada no Brasil sobre pessoas que recebem recursos públicos] deles. É simples", declarou o Presidente brasileiro na semana passada, ao sair do Palácio da Alvorada, em Brasília.

A demarcação de terras indígenas também foi abordada por Bolsonaro na sua transmissão no Facebook, afirmandou que se demarcasse todas as áreas solicitadas, a "agricultura e pecuária ficariam inviabilizadas".

"Aproximadamento 200 áreas indígenas estão prontas a ser demarcadas. (...) Ou seja, hoje em dia, 14% do território brasileiro já está demarcado como terra indígena, mas se eu demarcar todas essas áreas que estão a pedir, esse valor passa para 20%. Simplesmente a agricultura, pecuária, ficariam inviabilizadas no Brasil", argumentou Jair Bolsonaro.

O ministro brasileiro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que acompanhou Bolsonaro na transmissão, declarou que as demarcações indígenas já existentes devem ser todas revistas, porque há denúncias de "demarcações fraudulentas", que foram "aumentandas na sua extensão para alguém lucrar com isso".

Bolsonaro voltou a afirmar que não irá demarcar mais terras indígenas durante o seu atual mandato presidencial, que está no seu primeiro ano.

O número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, em comparação com o período homólogo de 2018, com 72.953 focos registados até 19 de agosto, sendo a Amazónia a região mais afetada.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta.

Tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).

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