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Ucrânia liberta jornalista acusado de traição ao serviço de Moscovo

Um tribunal ucraniano libertou um jornalista de uma agência noticiosa russa que tinha sido condenado por "alta traição", num sinal aparente de concretização de uma esperada troca de prisioneiros com a Rússia, informou hoje o seu advogado.

Ucrânia liberta jornalista acusado de traição ao serviço de Moscovo
Notícias ao Minuto

13:55 - 28/08/19 por Lusa

Mundo Ucrânia

O jornalista Kirill Vyshinskiy, de dupla nacionalidade ucraniana e russa, coordenador da redação de Kiev da agência estatal russa RIA-Novosti, estava detido desde que tinha sido julgado e condenado por acusações de traição, em maio de 2018, tendo agora saído em liberdade condicional.

O Kremlin já saudou a libertação de Vyshinskiy, mas não quis comentar o tema.

O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, limitou-se hoje a repetir que continua em aberto uma troca de prisioneiros com a Ucrânia, mas assegurando que as autoridades da Rússia nunca se comprometeram com esse plano.

A Ucrânia tem exigido a libertação de vários cidadãos ucranianos detidos na Rússia, como o cineasta Oleg Sentsov, que cumpre uma pena de 20 anos sob acusação de terrorismo, ou os 24 marinheiros que são acusados de travessia ilegal da fronteira russa durante um incidente naval no mar Negro, em novembro passado.

Especialistas e dirigentes políticos ucranianos sugeriram ao Governo a possibilidade de trocar os prisioneiros ucranianos na Rússia por prisioneiros russos em prisões ucranianas, pelo que a libertação de Kirill Vyshinskiy está a ser vista como um primeiro passo nesse plano.

Vyshinskiy, que trabalhou como delegado da agência RIA-Novosti em Kiev, foi acusado de traição e por apoiar a anexação ilegal da Crimeia pela Rússia, ajudando os separatistas pró-russos das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.

Os serviços de segurança da Ucrânia afirmam que Vishynsky recebeu a missão de "viajar para a Crimeia para realizar atividades subversivas", o que lhe rendeu um prémio do Estado russo, entregue pelas mãos do Presidente Vladimir Putin

Os tribunais ucranianos deram ainda por provado que, para realizar as suas ações subversivas, o jornalista recebia um salário de 53 mil euros por mês do Governo russo.

Kirill Vyshinskiy sempre rejeitou as acusações e, ao saber da decisão de sair em liberdade condicional, disse que "o tribunal finalmente tomou uma decisão justa".

A libertação ocorre dois dias depois do anúncio feito pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, de uma cimeira na Ucrânia, para tentar travar a escalada de conflito entre as autoridades ucranianas e russas.

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