ONU pressiona Governo da Somália para assegurar paz no país
O representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Somália considerou esta quarta-feira a "persistência e paciência" como fatores para a construção da paz sustentável no país e alertou que a janela para os progressos está a diminuir.
© Reuters
Mundo Somália
Falando numa sessão do Conselho de Segurança, James Swan destacou que a Somália tem passado por situações de "trauma e choques ao longo de muitas décadas".
O país prepara-se agora para novas eleições gerais no sistema "uma pessoa, um voto", após 50 anos.
Mas enfrenta vários desafios. Tem de realizar reformas constitucionais, operações de segurança e negociações para o alívio da dívida.
De acordo com o enviado, o país atua com parceiros internacionais para que ocorram progressos até o fim do próximo ano em questões como reformas constitucionais, operações e reformas do setor de segurança.
Do lado económico, a expectativa é que a Somália consiga negociar o alívio da dívida para permitir um maior financiamento ao desenvolvimento.
Neste contexto, Swam referiu que devem ser reconhecidos os ganhos obtidos pelos somalis até ao momento, mas alertou que a janela para alcançar mais progressos sobre estas questões está diminuindo.
O representante do secretário-geral das Nações Unidas, defendeu que é importante renovar a cooperação entre todas as partes interessadas e que seja estabelecido um programa, por meio de esforços acelerados, para atingir as metas definidas ainda nos próximos meses.
Segundo Swan é preciso também "um consenso político e o compromisso entre os líderes somalis" dos poderes executivo e legislativo, particularmente entre o governo central e os estados federais.
Em outubro, realiza-se a próxima reunião do Fórum de Parceria da Somália.
O representante do secretário-geral das Nações Unidas para aquele país vê este evento como "uma oportunidade para que a Somália e os parceiros internacionais cheguem a um acordo sobre as áreas de ação prioritárias e catalisar o progresso nas prioridades".
O enviado destacou ainda a situação de segurança, que continua sendo "uma preocupação séria" no país do extremo leste africano, lembrando a ameaça que este representa para o seu progresso.
Outra questão importante, considerou, é a crise humanitária com questões como a insegurança alimentar aguda, enfrentada por 2,2 milhões de pessoas, e os 2,6 milhões de deslocados internos, que fogem de conflitos e secas.
Na mesma sessão do Conselho, a representante especial do secretário-geral sobre Violência Sexual em Conflito, Pramila Patten, anunciou o envio de peritos da ONU para a Somália para apoiar um plano que vai abordar e responder ao problema.
Aquela responsável explicou que a equipe vai colaborar com o sistema das Nações Unidas no país.
Patten sublinhou que, mesmo com a paz ainda indefinida, a violência e a insegurança normalizaram-se durante décadas de conflito e os sobreviventes e as pessoas que prestam serviços da linha de frente continuam resilientes.
A representante destacou ainda que as pessoas precisam, acima de tudo, de uma resposta do governo somali e da comunidade internacional que "mostrará que não foram esquecidos".
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