DBRS antecipa eleições em Itália no final de outubro
A agência de rating DBRS considera que o cenário mais provável, depois de o primeiro-ministro italiano ter anunciado hoje a sua demissão, é a realização de eleições em Itália no final de outubro ou início de novembro.
© Reuters
Mundo Itália
A agência de rating DBRS antecipa dois cenários de curto prazo em Itália, depois de o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, ter anunciado hoje a sua demissão, acusando o líder da Liga (extrema-direita), Matteo Salvini, de ter "olhado exclusivamente aos interesses pessoais e do seu partido" ao pôr fim à coligação de Governo em Itália.
Por um lado, a DBRS considera que existe uma probabilidade de 60% de se realizarem eleições no final de outubro/início de novembro, resultando num governo de centro-direita liderado pela Liga.
Neste caso, a agência de 'rating' antecipa políticas que incluem um corte no imposto sobre o rendimento de pessoas singulares, um potencial cancelamento parcial do rendimento de cidadania [subsídio para desempregados], a desativação parcial do aumento do IVA previsto para 2020 e propostas para um plano de investimento "ambicioso" em infraestruturas.
Por outro lado, a DBRS atribui uma probabilidade de 40% à designação de um governo interino apoiado pelo Movimento 5 Estrelas, grande parte dos deputados do Partido Democrata e outros pequenos partidos, com o objetivo de conseguir a desativação do aumento da taxa de IVA, equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.
Neste cenário, a agência de 'rating' antecipa também o possível cancelamento da 'quota 100' (regime de reformas antecipadas) e a possível aprovação do projeto de lei para reduzir o número de deputados.
Na perspetiva da DBRS, "os desafios orçamentais vão provavelmente permanecer" e, "com um governo de centro-direita liderado pela Liga, a retórica eurocética contra a União Europeia pode ressurgir e uma questão central podem vir a ser as despesas destinadas ao investimento público, em conjunto com o corte ao imposto sobre o rendimento de pessoas singulares".
Na nota de análise, datada de 13 de agosto e hoje reenviada pela DBRS, Carlo Capuano, vice-presidente da agência de 'rating', afirmou que a DBRS continua a antecipar que, apesar da elevada incerteza, as regras da União Europeia e a disciplina do mercado financeiro deverão mitigar os riscos de uma deterioração prolongada da situação orçamental de Itália.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, acusou hoje Salvini, que é também seu vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, de fazer o país "correr riscos graves", evocando nomeadamente o risco de uma espiral económica negativa.
Em 13 de agosto, o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi alertou para que Itália corre o risco de entrar em recessão se antecipar as eleições para o outono.
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