Alterações climáticas obrigam a conciliar ajuda com ações de resiliência
A ajuda humanitária, como a que sucedeu nos ciclones em Moçambique, deve ser conciliada com ações de resiliência que ajudem a lidar com fenómenos que podem ser mais frequentes, disse hoje o diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM).
© Reuters
Mundo OIM
"Os ciclones que afetaram Moçambique em março e abril provam que as alterações climáticas estão a ter cada vez mais impacto na vida das populações e que esses impactos são cada vez mais severos", pelo que "há que conciliar a agenda de resposta humanitária com a criação de resiliência das populações face a estes desastres naturais", referiu António Vitorino.
O líder daquela agência da Organização das Nações Unidas (ONU) falava hoje em Maputo, durante uma vista a Moçambique, para se inteirar do apoio prestado a deslocados na sequência dos ciclones do início do ano.
António Vitorino destacou o papel dos próximos encontros a promover pela ONU, nomeadamente, a Cimeira do Clima, convocada pelo secretário-geral António Guterres, para 23 de setembro, em Nova Iorque.
"Acho que a cimeira vai ter um papel importante ao chamar a atenção para um fenómeno global, que afeta todo o mundo de igual forma, mas não de igual modo", sublinhou.
Para o diretor-geral da OIM, "todo o mundo está confrontado com um desafio coletivo de evitar a degradação das condições ambientais e evitar que as alterações climáticas produzam resultados muito negativos".
A par da Assembleia Geral da ONU, em setembro, a cimeira servirá também "para pôr o foco específico nos impactos que as alterações climáticas têm nas migrações e na mobilidade das pessoas", seja por causa da subida do nível do mar, secas persistentes ou cheias, exemplificou.
O ciclone Idai, que atingiu o centro de Moçambique em março, provocou 604 mortos e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas.
O ciclone Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em abril, matou 45 pessoas e afetou 250.000 pessoas.
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