Damasco critica envio de caravana turca armada para região de Idlib
Damasco denunciou hoje o envio pela Turquia de uma caravana militar com munições para o sul da província de Idlib, um dia depois da entrada das tropas pró-governamentais numa importante cidade da região, Khan Cheikhoun.
© Reuters
Mundo Síria
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ocorreram bombardeamentos sírios e do seu aliado russo perto da caravana para a impedir de prosseguir o seu caminho.
Um correspondente da agência France Presse viu hoje de manhã uma caravana de cerca de 50 veículos militares, incluindo blindados, de transporte de tropas e pelo menos cinco tanques, dirigir-se para Maaret al-Noomane, cidade situada a 15 quilómetros a norte de Khan Cheikhoun, no sul da província de Idlib.
A chegada da caravana ocorre um dia depois das forças do regime de Bashar al-Assad terem entrado em Khan Cheikhoun, pela primeira vez desde 2014, após vários dias de confrontos com os 'jihadistas' e alguns grupos rebeldes apoiados por Ancara.
Uma reconquista total pelas forças pró-regime daquela importante cidade permitiria cercar o norte da vizinha província de Hama, igualmente nas mãos dos 'jihadistas' e dos rebeldes e onde se encontram postos de observação turcos.
O OSDH deu conta de um ataque aéreo russo contra uma carrinha dos grupos rebeldes, que seguia à frente da caravana turca para inspecionar o caminho, nos arredores de Maaret al-Noomane.
O bombardeamento matou um membro do Faylaq al-Cham, um grupo rebelde que integra a Frente Nacional de Libertação (FNL) apoiada por Ancara.
"Veículos turcos carregados de munições (...) seguem na direção de Khan Cheikhoun para socorrer os terroristas (...), o que confirma mais uma vez o apoio dado pelo regime turco aos grupos terroristas", criticou uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio, citada pela agência oficial Sana.
"Este comportamento hostil do regime turco não afetará a determinação do exército sírio em continuar a perseguir os terroristas em Khan Cheikhoun até que todo o território sírio seja limpo", adiantou a mesma fonte.
Um porta-voz da FNL, Naji Moustafa, indicou à AFP que "os reforços dirigem-se para posições militares turcas em Morek", acusando a Rússia de adotar uma "política de terra queimada para controlar Khan Cheikhoun e o norte de Hama".
No noroeste da Khan Cheikhoun continuam hoje os combates entre os 'jihadistas' e rebeldes de um lado e as forças pró-governamentais do outro.
As forças pró-Damasco tentam alargar o seu domínio "ao norte da cidade para controlarem a estratégia via" que liga Damasco a Alepo (norte), disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
Desencadeada em 2011, a guerra na Síria causou mais de 370.000 mortos e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.
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