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“O desespero tem limites”. Refugiados do Open Arms atiram-se ao mar

Migrantes estão há quase 20 dias dentro da embarcação.

“O desespero tem limites”. Refugiados do Open Arms atiram-se ao mar
Notícias ao Minuto

19:03 - 18/08/19 por Natacha Nunes Costa

Mundo Open Arms

Pelo menos quatro refugiados do barco de resgate espanhol Open Arms atiraram-se ao mar e tentaram nadar até Itália, devido ao desespero de estarem há quase 20 dias dentro da embarcação, sem autorização para atracar em Lampedusa.

Nas imagens, partilhadas pelo fundador da Open Arms no Twitter, veem-se os refugiados, de coletes salva-vidas laranja, a tentarem nadar até terra. Contudo, os membros da tripulação do Open Arms foram obrigados a trazê-los de volta ao barco.

“Estamos a advertir há dias que o desespero tem os seus limites”, disse Oscar Camps, apelando a vários chefes de Estado europeus para resolverem este impasse que já dura há 17 dias.

Apesar de nos últimos dias terem sido retirados 40 dos 147 refugiados a bordo, por estarem doentes e, outros, por serem menores, a proibição de atracarem em Itália mantém-se, tal como decretou o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini.

No domingo passado, Espanha ofereceu o seu porto de Algeciras para a embarcação atracar. Contudo, devido à distância, a viagem levaria cinco a seis dias, algo que seria "perigoso".

Há ansiedade, surtos de violência. O controle está a tornar-se cada vez mais difícil. Embarcar numa viagem de seis dias com estas pessoas a bordo, que estão no seu limite, seria uma loucura. Não podemos colocar a sua saúde e vidas em risco”, disse há dias a porta-voz da Open Arms, Laura Lanuza.

Salvini, este domingo, voltou a exigir que o navio deixe as águas italianas e vá para Espanha. No Twitter escreveu mesmo que o Open Arms está ancorado em Lampedusa apenas para o provocar.

Na quarta-feira, o tribunal administrativo de Roma suspendeu a proibição, decretada por Salvini, que prevenia a entrada do Open Arms em Itália. Contudo, o governante emitiu um novo decreto proibindo o navio de desembarcar os passageiros em Lampedusa.

Além de Espanha, outros cinco países europeus, incluindo Portugal, já se ofereceram para dar guarida aos migrantes, mas Salvini continua implacável.

Recorde-se que a Open Arms seguiu para a sua missão de busca e resgate no Mar Mediterrâneo há 26 dias e realizou a sua primeira operação há 17. Quando chegou às águas italianas trazia 147 refugiados a bordo.

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