Ataques aéreos matam 11 civis no norte da Síria
Onze civis, entre os quais uma mulher e duas crianças, morreram hoje nos ataques aéreos do regime e da Rússia no nordeste da Síria que atingiram um campo de deslocados nesta região, denunciou hoje uma organização não governamental.
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Mundo Síria
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que tem uma vasta rede de fontes na Síria, os ataques realizados à aldeia de Dayr Sharqi, na província de Idlib, mataram uma mulher e os seus seis filhos, com idades entre 04 e 18 anos.
Um fotógrafo que trabalha para a agência AFP viu um homem a carregar um corpo de uma menina que estava a sangrar da cabeça por ter sido atingida durante os raides aéreos contra a aldeia de Dayr Sharqi.
Um cadáver de uma criança coberto de pó foi retirado dos escombros e os socorristas tentaram retirar outro corpo.
Segundo a OSDH, outros quatro civis morreram nos ataques aéreos perpetrados pelos russos noutras localidades da província de Idlib.
Desde o final de abril, centenas de pessoas foram mortas na região de Idleb, dominada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir Al-Sham (HTS, antigo ramo sírio da Al Qaeda) e que foi bombardeada por Damasco e Moscovo.
Na sexta-feira, 15 civis, dos quais seis crianças, morreram nos raides aéreos realizados por Damasco e Moscovo, nomeadamente sobre um campo de deslocados no sul de Idleb, segundo a OSDH.
Referindo-se aos ataques contra o campo de deslocados, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês condenou, em comunicado, os "ataques aéreos indiscriminados efetuados a Idlib pelo regime e pelos seus aliados" e pediu "uma suspensão imediata das hostilidades".
Um dos porta-vozes da ONU em Amã, David Swanson, manifestou à AFP a "grande preocupação", com "o regresso da violência" ao noroeste da Síria.
O mesmo elemento lamentou "os confrontos incessantes, bombardeamentos e ataques aéreos e o uso de explosivos em Idlib, no oeste de Aleppo e no norte de Hama, danificando escolas, hospitais e outras infraestruturas vitais para os civis, além de impedirem a ajuda humanitária".
Durante vários dias, as forças pró-regime avançaram no terreno e esperam retomar a cidade de Khan Cheikhoun, localizada na estrada que atravessa a província de Idleb e que liga Damasco a Aleppo (norte), ambas sob controlo do governo.
Desde janeiro que HTS controla a maior parte da província de Idleb e zonas das províncias vizinhas de Hama, Aleppo e Latakia, onde grupos rebeldes estão presentes.
A região de Idlib foi considerada "zona desmilitarizada", num acordo alcançado em setembro de 2018 entre Ancara e Moscovo, mas que acabou por ser parcialmente aplicado, uma vez que os jihadistas se recusaram a retirar-se.
Desde abril, os ataques do regime e da Rússia mataram mais de 850 civis, segundo a OSDH.
Já a ONU fala ainda em mais de 400.000 pessoas deslocadas, o que a leva a temer uma "catástrofe humanitária".
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