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Itália "corre o risco de recessão" em caso de eleições no outono

Itália corre o risco de entrar em recessão se antecipar as eleições para o outono, advertiu hoje o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, que defende a formação de um "governo institucional" para sair da atual crise política.

Itália "corre o risco de recessão" em caso de eleições no outono
Notícias ao Minuto

18:42 - 13/08/19 por Lusa

Mundo Matteo Renzi

"Se formos a votos [no final de outubro], não sei se o Partido Democrático (PD) vai ter 25%, mas é certo que o IVA vai subir para 25%. E isso será uma catástrofe para o país", disse Renzi numa conferência de imprensa no Senado.

Com uma subida do IVA dos atuais 22% para os 25% "é certo que a Itália entra em recessão", considerou, evocando o contexto de "tensões comerciais EUA-China e o que se passa com o motor económico alemão" e alertando que a Itália está perante "uma emergência nacional".

Renzi frisou a importância de "bloquear o previsto aumento do IVA" e assegurou que isso só pode ser feito através de medidas orçamentais que permitam ao Estado arrecadar mais de 20 mil milhões de euros.

O aumento do IVA foi aprovado no parlamento italiano para entrar em vigor em 2020 se até lá não forem encontradas medidas orçamentais que permitam ao Estado encontrar os 23 mil milhões de euros que o aumento representa.

E o Orçamento do Estado italiano para 2020, como os outros orçamentos nacionais, tem de ser enviado a Bruxelas até 15 de outubro.

Matteo Renzi, que liderou o PD (centro-esquerda) mas nesta crise defende uma linha contrária à da atual liderança, é partidário de um "governo institucional", assente numa "maioria alternativa" a formar com o Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema) e outros partidos.

Depois de vários dias em que a maioria dos comentadores temia uma cisão interna no PD, atualmente liderado por Nicola Zingaretti, Renzi afastou hoje essa possibilidade, assegurando que um pacto para uma tal maioria "tem de ser decidido pelas respetivas direções nacionais".

Os líderes dos grupos parlamentares no Senado italiano estão reunidos para decidir uma data para submeter a votação uma moção de censura apresentada pela Liga (extrema-direita), do ministro do Interior e vice-primeiro-ministro Matteo Salvini, que pode fazer cair o governo de coligação com o M5S.

"A votação de hoje vai demonstrar que existe uma maioria parlamentar sem Salvini", disse Renzi.

"Espero que Salvini se demita hoje. É ele o responsável por este caos institucional que está a acontecer no Parlamento em pleno verão", acrescentou.

A crise política em Itália foi desencadeada na quinta-feira passada quando a Liga de Salvini deu como finda a coligação com o M5S e exigiu eleições antecipadas, apresentando em seguida uma moção de censura ao primeiro-ministro, Giuseppe Conte.

Matteo Salvini quer fazer cair o governo o mais tardar até 20 de agosto para forçar o Presidente, Sergio Mattarella, a convocar eleições legislativas antecipadas para finais de outubro, aproveitando um momento político em que as sondagens lhe atribuem 36% a 38% das intenções de voto.

O líder da Liga afirma que não se candidatará sozinho a umas legislativas antecipadas, admitindo concorrer coligado com a Força Itália (FI, direita) de Silvio Berlusconi e os Irmãos de Itália (FdI, extrema-direita) de Georgia Merloni.

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