Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
20º
MIN 15º MÁX 21º

ONU pede tratamento humanitário para migrantes a bordo de navios

A ONU pediu hoje aos governos europeus para que autorizem o desembarque e prestem assistência humanitária aos 507 migrantes resgatados nos últimos dias no Mediterrâneo por duas organizações não-governamentais (ONG) e que ainda permanecem em alto mar.

ONU pede tratamento humanitário para migrantes a bordo de navios
Notícias ao Minuto

16:02 - 13/08/19 por Lusa

Mundo Migrantes

Do total de 507 migrantes, 151 pessoas encontram-se a bordo do navio "Open Arms", da ONG espanhola Proactiva Open Arms, que está parado ao largo da ilha italiana de Lampedusa, à espera de um porto seguro para desembarcar.

As outras 356 pessoas resgatadas estão no "Ocean Viking", navio fretado pelas ONG Médicos Sem Fronteiras e SOS Méditerranée e a única embarcação humanitária que se encontra nas águas internacionais ao largo da Líbia.

"Muitos são sobreviventes de abusos terríveis na Líbia e procedem de países que são origem de muitos refugiados. Precisam de assistência humanitária e alguns expressaram a sua intenção de pedir proteção internacional", referiu o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) num comunicado.

O enviado especial do ACNUR para o Mediterrâneo Central (a rota migratória que sai da Argélia, Tunísia ou Líbia em direção à Itália e a Malta), Vincent Cochetel, alertou que o desembarque destas pessoas é urgente, uma vez que as previsões para aquela zona anteveem um agravamento das condições meteorológicas.

"Abandonar em alto mar pessoas que fugiram da Líbia significaria neste momento causar ainda mais sofrimento a estas mesmas pessoas", frisou o enviado especial.

"Deve-se facilitar imediatamente um porto seguro e distribuir a responsabilidade entre os diferentes Estados para acolher estas pessoas" após o desembarque, reforçou o comunicado do ACNUR.

O ministro do Interior italiano e o principal rosto da política "de portos fechados" praticada por Itália, Matteo Salvini, reiterou hoje que o navio "Open Arms" deve rumar para Espanha, assegurando ainda que está a trabalhar para evitar o desembarque dos migrantes em território italiano.

Em julho, e após uma reunião em Paris, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que 14 Estados-membros da União Europeia, dos quais oito (entre eles Portugal) de "forma ativa", tinham acordado avançar com um "mecanismo de solidariedade" para a distribuição dos migrantes resgatados no Mediterrâneo, em particular ao largo da Líbia, e acabar com os processos negociais e diplomáticos difíceis, e com as conversações caso a caso, regularmente associados a estas situações.

A Líbia tornou-se nos últimos anos uma placa giratória para centenas de milhares de migrantes, a maioria oriunda de países africanos, que tentam alcançar a Europa através do Mediterrâneo.

Durante a travessia, muitos destes migrantes são apanhados pela guarda costeira líbia, apoiada pela União Europeia (UE), enquanto outros são resgatados por embarcações de ONG.

O país, imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011 e devido a divisões e lutas internas de influência entre milícias e tribos, tem sido um terreno fértil para as redes de tráfico ilegal de migrantes e de situações de sequestro, tortura e violações em centros de detenção sobrelotados e precários.

Segundo os dados mais recentes da Organização Internacional para as Migrações (OIM), 39.289 migrantes e refugiados chegaram à Europa através do Mar Mediterrâneo entre 01 de janeiro e 04 de agosto de 2019, cerca de 34% menos que em igual período de 2018.

Daquele total, o maior número de pessoas chegou à Grécia (18.947), seguindo-se a Espanha (13.568), Itália (3.950), Malta (1.583) e Chipre (1.241).

No mesmo período, 840 pessoas morreram durante a travessia do Mediterrâneo, segundo a organização.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório