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Nagasaki insta Japão, EUA e Rússia a assinarem tratado antinuclear da ONU

A cidade de Nagasaki assinalou hoje o 74.º aniversário do bombardeamento atómico, com uma cerimónia em memória das vítimas, na qual as autoridades instaram o Japão, Estados Unidos e Rússia a aderirem ao tratado antinuclear da ONU.

Nagasaki insta Japão, EUA e Rússia a assinarem tratado antinuclear da ONU
Notícias ao Minuto

06:29 - 09/08/19 por Lusa

Mundo ONU

A cerimónia teve o seu momento principal à hora exata em que a bomba explodiu nesta cidade, no sudoeste do Japão, em 09 de agosto de 1945, com um minuto de silêncio, limitado pela cidade ao som do Sino da Paz.

Este ataque nuclear realizado pelos Estados Unidos causou a morte a cerca de 74 mil pessoas e foi o segundo da História, três dias depois do lançamento da primeira bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroshima.

Após o ato solene em memória das vítimas, o autarca de Nagasaki, Tomihisa Taue, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e sobreviventes do bombardeamento proferiram discursos em que destacaram a importância de um mundo livre de armas nucleares, na presença de representantes de cerca de 70 países.

O autarca de Nagasaki instou os Estados Unidos, a Rússia e o próprio Governo japonês a "assumirem as suas responsabilidades" e a ratificarem o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares assinado por 122 países em 2017.

"O esforço para alcançar um mundo sem armas nucleares está em colapso e há um risco crescente de reutilização", sublinhou Taue.

"Isso é extremamente perigoso", afirmou o responsável, que acusou o Governo do Japão de "virar as costas" ao movimento antinuclear global, "apesar de ser o único país da história" vítima de bombardeamentos atómicos.

"As pessoas são fracas e esquecem rapidamente. Elas repetem os mesmos erros. Mas se há algo que nunca deve ser esquecido ou repetido em qualquer circunstância, é isso", disse Taue, que também leu poemas sobre sobreviventes, nos quais descreveram os horríveis ferimentos das vítimas.

O primeiro-ministro japonês garantiu que o país "fará todo o possível para alcançar um mundo livre de armas nucleares e no qual a paz prevaleça".

Este ano, os aniversários dos ataques de Hiroshima e Nagasaki foram assinalados poucos dias depois dos Estados Unidos terem abandonado formalmente o tratado para eliminação dos mísseis nucleares de curto e médio alcance, depois de acusar Moscovo de não o estar a cumprir.

O tratado foi assinado em 1987 pela antiga União Soviética e pelos Estados Unidos para conter a escalada de armas durante a Guerra Fria e foi considerado fundamental para acabar com o conflito.

A cerimónia em Nagasaki aconteceu antes da visita do papa Francisco, agendada para novembro, naquela que será a primeira viagem papal à cidade japonesa desde João Paulo II, em 1981.

As bombas nucleares lançadas em Hiroshima e Nagasaki levaram à capitulação do Japão e ao fim da Segunda Guerra Mundial.

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