Grupos étnicos rivais assinam acordo para fim das hostilidades no Mali
Várias milícias das comunidades fula e dogon, recentemente envolvidas em confrontos sangrentos, assinaram vários acordos para a cessão de hostilidades no centro do Mali, segundo informação divulgada hoje por fontes governamentais malianas.
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Mundo Conflito
Fontes do Governo do Mali adiantaram hoje, citadas pelas agências internacionais, que os acordos foram assinados durante uma visita do primeiro-ministro Babou Cissé, iniciada no passado sábado, as regiões de Mopti e Segou, norte e centro do Mali.
De acordo com as mesmas fontes, os acordos foram firmados entre os dozos, grupo de caçadores tradicionais da etnia dogon, e os chamados grupos de autodefesa, da etnia fula, nas localidades de Macina, San, Djenné, Tenenkou e Niono.
Durante a sua intervenção no processo, Cissé sublinhou que "a violência causou muitos mortos e uma crise económica", incentivando os grupos signatários a continuarem o diálogo e o trabalho conjunto para restabelecer a paz, bem como relançar a atividade económica da região.
Para observadores internacionais, citados pelas mesmas agências, os acordos constituem um dos resultados da visita ao terreno do chefe do Governo do Mali, sublinhando que a iniciativa "dá um sentimento de esperança" à população local para o regresso da calma à região.
Acrescentaram também que os dozos podem garantir maior segurança nas zonas pastorais e agrárias do centro do país, que escapam ao controlo do Estado.
No passado dia 01 de julho, pelo menos 23 pessoas morreram e outras 35 ficaram feridas em consequência de confrontos étnicos em Ouenkoro, no centro do Mali.
O centro do Mali tem sido cenário, nos últimos quatro anos, do recrudescimento das tensões étnicas entre os dogon e os nómadas fula pelo controlo das terras.
As tensões étnicas juntam-se à violência extremista que afeta as regiões centro e norte do Mali desde 2012.
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