Pelo menos 42 mortos e 60 feridos em ataque aéreo na Líbia
Pelo menos 42 pessoas foram mortas e dezenas feridas num raide aéreo durante a noite de domingo contra a cidade de Murzuq, sul da Líbia, anunciou hoje um responsável municipal citado pela agência noticiosa AFP.
© Reuters
Mundo Líbia
O governo de Acordo Nacional (GNA), com sede em Tripoli e reconhecido pela ONU, confirmou em comunicado na sua página Facebook um raide aéreo em Murzuq que provocou "dezenas de mortos e feridos entre os civis". O GNA responsabilizou as forças rivais do marechal Khalifa Haftar por este ataque.
O GNA "condena veementemente este ataque aéreo efetuado pelas milícias de Haftar contra o bairro residencial de d'al-Qalaa em Murzuq", acrescenta o comunicado.
"O balanço aponta para "42 mortos e mais de 60 feridos, dos quais 30 em estado grave", precisou o responsável municipal.
Após a queda em 2011 do regime de Muammar Kadhafi após uma revolta e intervenção militar externa, em particular da França e Reino Unido, a Líbia vive uma situação de violência e caos, com a proliferação de diversas milícias armadas.
O marechal Haftar, um dos mais poderosos chefes militares do país e cujas tropas controlam a maior parte da Líbia e a totalidade das jazidas petrolíferas, desencadeou em 04 de abril uma ofensiva para tentar conquistar a capital Tripoli, em plena visita oficial do secretário-geral da ONU, António Guterres, numa clara mensagem aos responsáveis internacionais.
Desde o início desta operação militar já foram mortas mais de 1.000 pessoas, entre combatentes e civis, pelo menos 5.000 ficaram feridas e um milhão de líbios foi forçado a abandonar a sua casa, tornando-se deslocados internos.
A Líbia possui atualmente dois governos, o do leste tutelado por Haftar e apoiado militarmente pelo Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, França e Rússia, e o executivo de Fayez al-Sarraj instalado em Tripoli e apoiado pela ONU.
No domingo, a Organização líbia de solidariedade de direitos humanos divulgou o seu último relatório em que revela que no primeiro semestre de 2019 foram registados na Líbia pelo menos 321 assassínios e 424 ataques violentos.
O estudo, que analisa as 13 principais cidades do país, assinala que a quase totalidade das vítimas foram civis, onde se incluem 28% alvo de sequestros e 27% de detenções arbitrárias.
O mês de junho é apontado como o mais violento, com 135 pessoas assassinadas (32% do total), enquanto a cidade com maior taxa de criminalidade foi Bengazi (capital do leste da Líbia) com 60 homicídios, seguida de Sebha (sul) com 55 e Sebratha (oeste) com 43.
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