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Sudão: Pelo menos quatro civis abatidos durante marcha contra violência

Pelo menos quatro civis sudaneses morreram após serem abatidos durante uma marcha contra a violência em Omdurman, cidade próxima da capital do Sudão, Cartum, anunciou hoje um dos principais grupos ativistas.

Sudão: Pelo menos quatro civis abatidos durante marcha contra violência
Notícias ao Minuto

21:23 - 01/08/19 por Lusa

Mundo Sudão

"Quatro civis sudaneses morreram na cidade de Omdurman, após o disparo de balas reais sobre manifestantes pacíficos na marcha de hoje, além disso, vários ficaram feridos", escreveu o Comité Central dos Médicos do Sudão (CCSD, na sigla inglesa).

A marcha, uma das várias que se realizaram hoje nas principais cidades sudanesas, exigia justiça pela morte de pelo menos seis pessoas - incluindo quatro estudantes - pelas forças de segurança durante protestos na segunda-feira, em Obeid.

As mortes nos protestos de segunda-feira levaram a que as negociações entre o Conselho Militar e manifestantes, marcadas inicialmente para terça-feira, fossem adiadas.

Durante a manhã de hoje, o líder do Conselho Militar anunciou que estava prevista a retoma das negociações entre as duas partes para esta tarde.

Manifestantes e Conselho Militar acordaram em vários pontos para um acordo de partilha de poder em julho, mas outros têm dificultado o fecho de um acordo definitivo.

Uma possível imunidade para líderes militares que adotaram posturas agressivas na repressão de protestos tem sido um dos pontos mais fraturantes nas negociações.

O Conselho Militar anunciou hoje também que deteve sete membros das Forças de Apoio Rápido, que terão disparado sobre os manifestantes na segunda-feira.

O Sudão vive envolto num movimento de contestação desde dezembro de 2018, desencadeado pelo triplicar do preço do pão, mas que se transformou em contestação ao regime e levou à destituição, em abril, do Presidente Omar al-Bashir, após 30 anos no poder.

A contestação manteve-se para reclamar um governo civil e melhores condições de vida para as populações mesmo depois da constituição de um Conselho Militar.

Em 17 de julho, os generais no poder e os líderes do movimento opositor concluíram, após difíceis negociações, um acordo sobre a criação de um Conselho Soberano composto por cinco militares e seis civis responsável por liderar o período de transição até à realização de eleições.

As duas partes retomam as negociações para acordar alguns pontos em suspenso, segundo anunciou, no domingo, o mediador da União Africana para o país, Mohamed al Hacen Lebatt.

Desde dezembro, a repressão da contestação causou 246 mortos, incluindo 127 manifestantes mortos em 03 de junho num acampamento em Cartum, segundo um balanço do comité de médicos divulgado antes das manifestações em Obeid.

As autoridades apresentam balanços divergentes e com números de mortos e feridos bastante inferiores.

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