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Varsóvia evoca 75.º aniversário da insurreição de 1944

A Polónia evocou hoje o 75.º aniversário da insurreição de Varsóvia, com um pedido de desculpas oficial da Alemanha e um minuto silêncio cumprido em toda a cidade, e quando os nacionalistas tentam recuperar a sua herança simbólica.

Varsóvia evoca 75.º aniversário da insurreição de 1944
Notícias ao Minuto

19:59 - 01/08/19 por Lusa

Mundo Polónia

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, assistiu aos atos comemorativos do levantamento de Varsóvia contra o ocupante nazi, e assegurou que "o governo alemão está profundamente envergonhado" pela ação das tropas germânicas na Polónia.

Maas disse ainda que o seu país assume "a responsabilidade moral" pelos acontecimentos que tiveram lugar na Polónia entre 1939 e 1945 mas evitou referir-se à indemnização económica que Varsóvia exige à Alemanha pela destruição de infraestruturas e imóveis, o recuo demográfico e o empobrecimento ocasionado pela guerra.

O chefe da diplomacia polaca Jaczek Czaputowicz, presente na conferência de imprensa conjunta com Maas, afirmou que a Polónia "transporta uma sensação de injustiça pela falta de compensações dos efeitos desastrosos causados pela II Guerra Mundial".

Há 75 anos, em 1 de agosto de 1944, entre 20.000 a 50.000 insurrectos mal armados, soldados do exército clandestino AK dependente do governo polaco no exílio em Londres, rebelaram-se contra o ocupante nazi, e quando as tropas soviéticas se encontravam às portas da cidade.

Durante 63 dias de combate, e com o Exército Vermelho de Estaline a optar por não intervir, foram mortos 200.000 civis e a vila foi transformada num monte de ruínas, e de seguida arrasada, antes de Hitler ordenar a retirada do seu exército.

"Quero pedir perdão às famílias dos mortos e dos feridos. Tenho vergonha daquilo que os alemães, agindo em nome da Alemanha, fizeram à Polónia", frisou Maas no museu da Insurreição.

"Também tenho vergonha pelo facto de esta culpabilidade ter sido mantida demasiado tempo em silêncio após a guerra", acrescentou.

Às 17h00 locais (16h00 em Lisboa), a hora do início do levantamento armado de 1944 -- muitas vezes confundido com o do gueto de Varsóvia, esmagado em 1943 --, registou-se uma breve concentração de milhares de pessoas, incluindo uma centena de 'motards' no centro da cidade, entre um concerto de sirenes, e de cantos patrióticos e religiosos, referiu a agência noticiosa AFP.

Esta concentração é tradicionalmente organizada pela extrema-direita, mas entre a multidão alguns jovens também exibiam um cartaz "contra o fascismo".

Varsóvia foi a cidade polaca mais castigada, e reduzida a uma população de pouco mais de mil pessoas que sobreviveram nas ruínas quando o exército soviético entrou por fim na capital.

Em 2004, o então presidente do município de Varsóvia, Lech Kaczynski, avaliou as perdas motivadas pela ocupação nazi em 41 mil milhões de euros.

As feridas provocadas pela II Guerra Mundial permanecem abertas na Polónia, onde há dois anos foi criada uma comissão parlamentar para quantificar os danos sofridos pelo país durante o conflito.

Por sua vez, as autoridades germânicas recordam que a Polónia renunciou em 1953 a solicitar mais reparações de guerra pelo conflito entre 1939 e 1945, apesar de o executivo polaco considerar que essa renúncia não foi um ato soberano, antes decidida sob pressão da então União Soviética.

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