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Organizações criticam relatório da ONU sobre crianças em conflitos

Grupos de defesa dos direitos humanos acusaram a ONU e o seu secretário-geral, António Guterres, de omitir o nome de vários países responsáveis por violações contra crianças em conflitos armados numa lista realizada anualmente e hoje apresentada.

Organizações criticam relatório da ONU sobre crianças em conflitos
Notícias ao Minuto

14:58 - 30/07/19 por Lusa

Mundo Direitos Humanos

O secretário-geral das Nações Unidas omitiu países responsáveis por graves violações contra crianças na nova "lista de vergonha", acusou hoje a Human Rights Watch.

Segundo a organização, a lista também deu a alguns países uma classificação favorável que não é merecida, já que falharam as promessas de melhorar o seu desempenho.

O secretário-geral da ONU divulgou hoje o relatório anual sobre crianças e conflitos armados, que será debatido pelo Conselho de Segurança em 02 de agosto.

De acordo com o relatório, mais de 12 mil crianças foram mortas e feridas em conflitos armados no ano passado, um número recorde.

A lista dos países com mais casos de violações aos direitos das crianças em conflitos armados é encabeçada pelo Afeganistão, seguido pela Palestina, a Síria e o Iémen.

"O secretário-geral da ONU recusa-se simplesmente a responsabilizar todas as partes que infligiram sofrimento a crianças", criticou o especialista em defesa dos direitos da criança da Human Rights Watch.

"Ao listar alguns dos países que violaram [os direitos], mas não outros, o secretário-geral [António] Guterres está a ignorar as próprias provas recolhidas pela ONU e a minar os esforços para proteger as crianças em zonas de conflito", afirmou Jo Becker.

O relatório hoje divulgado não inclui as forças de defesa de Israel, o exército nacional afegão e as forças internacionais lideradas pelos EUA no Afeganistão, enumera a organização, sublinhando que todos são responsáveis por graves violações contra crianças, incluindo mortes e mutilações.

Além disse, refere a HRW, embora a coligação liderada pela Arábia Saudita no Iémen tenha sido incluída, foi classificada numa categoria de responsáveis por violações que estão a tomar medidas para melhorar a situação, o que, segundo a organização, contraria o cenário de aumento de mortes de crianças em 2018.

Num relatório anual hoje publicado, as Nações Unidas referem que as mortes e ferimentos estão entre as mais de 24 mil "violações graves" dos direitos das crianças verificados pela organização no ano passado.

"A coligação liderada pela Arábia Saudita desde 2015 cometeu terríveis violações contra crianças no Iémen e não há qualquer prova de que esteja a tentar melhorar", disse ainda o diretor da Human Rights Watch, Louis Charbonneau.

"Ao incluí-la na categoria 'não são tão maus assim', o secretário-geral ridiculariza todo o exercício", acescentou.

Outro dos grupos irritados com o relatório hoje divulgado foi e o grupo de advogados internacionais Watchlist que também defende ter havido um aumento do número de crianças mortas no Iémen.

Elogiar "promessas vazias" feitas pela coligação é "ignorar os factos no terreno", criticou a diretora da Watchlist, Adrianne Lapar, questionando também as razões para não terem sido incluídos no relatório os conflitos nos Camarões e na Ucrânia.

O relatório refere que as mortes e ferimentos estão entre as mais de 24 mil "violações graves" dos direitos das crianças verificados pela ONU no ano passado, entre as quais se incluem o recrutamento e uso de menores nos combates, a violência sexual, os raptos e os ataques a escolas e hospitais.

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