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Bruxelas lamenta desaparecimento de 100 migrantes ao largo da Líbia

A Comissão Europeia lembrou hoje que sempre trabalhou para evitar a perda de vidas no mar Mediterrâneo, na reação ao desaparecimento de mais de 100 migrantes após o naufrágio de uma embarcação na quinta-feira ao largo da Líbia.

Bruxelas lamenta desaparecimento de 100 migrantes ao largo da Líbia
Notícias ao Minuto

13:01 - 26/07/19 por Lusa

Mundo Refugiados

"Obviamente, estamos a seguir o que aconteceu e, para a Comissão, este é um lembrete terrível dos riscos ainda enfrentados por aqueles que empreendem esta perigosa viagem até à Europa", declarou a porta-voz adjunta do executivo comunitário, na conferência de imprensa diária da instituição.

Natasha Bertaud defendeu que "cada vida perdida é uma vida perdida a mais" e recordou que o objetivo da Comissão Europeia "foi sempre evitar essas vidas perdidas no mar".

"Vamos continuar a trabalhar, primeiramente, para impedir que estas viagens perigosas tenham lugar e vamos prosseguir com as operações marítimas de salvamento da União Europeia que já salvaram mais de 730 mil pessoas no mar desde 2015", completou.

As declarações de Bertaud surgem depois de o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pedir hoje à UE que retome as operações de resgate marítimo no Mediterrâneo e reconheça o importante papel das organizações não-governamentais.

"As ONG são cruciais nas operações de busca e salvamento e os seus esforços não devem ser estigmatizados ou criminalizados, mas também devem existir embarcações de salvamento dos países da União Europeia no Mediterrâneo", disse o porta-voz do ACNUR, Charlie Yaxley, numa conferência de imprensa em Genebra a propósito do naufrágio de quinta-feira.

"Os destroços na Líbia mostram mais uma vez quão urgentes são os nossos pedidos à Europa e a outros governos para restaurar as operações de resgate e ajudar no sofrimento de milhares de refugiados e de migrantes encurralados no conflito da Líbia", insistiu o porta-voz.

Mais de 100 migrantes estão dados como desaparecidos após o naufrágio de uma embarcação ocorrido na quinta-feira ao largo da Líbia, divulgaram várias agências da ONU e a Marinha líbia, dando conta ainda de cerca de uma centena de sobreviventes.

"A pior tragédia no Mediterrâneo este ano acabou de acontecer", lamentou o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.

"O naufrágio ocorreu ao largo da cidade líbia de Khoms", a cerca de 120 quilómetros a leste da capital líbia (Tripoli), afirmou, por sua vez, à agência francesa France-Presse (AFP), Safa Msehli, a responsável pela comunicação do escritório da Organização Internacional para as Migrações (OIM) na Líbia.

Segundo a representante, 145 migrantes foram resgatados pela guarda costeira líbia e levados para Khoms.

Alguns sobreviventes relataram que a embarcação em que viajavam se afundou e que a bordo ainda estariam outros cerca de 150 migrantes, de acordo com Safa Msehli.

O general Ayoub Kacem, porta-voz da Marinha líbia, disse, por seu lado, que "134 migrantes foram resgatados e um corpo foi recuperado, enquanto 115 migrantes estão dados como desaparecidos".

"Uma embarcação de madeira que transportava cerca de 250 migrantes ilegais, incluindo mulheres e crianças, (...) naufragou a menos de cinco milhas marítimas da costa, segundo os testemunhos de migrantes resgatados", precisou o general líbio, citado num comunicado.

Antes deste naufrágio, a OIM tinha indicado, na semana passada, que pelo menos 426 pessoas tinham morrido desde o início do ano durante a travessia da rota central do Mediterrâneo, que sai da Argélia, Tunísia e Líbia em direção à Itália e a Malta.

Estes valores eram relativos ao período entre janeiro e o passado dia 17 de julho.

Apesar da insegurança registada na Líbia, o país tornou-se nos últimos anos uma placa giratória para centenas de milhares de migrantes que tentam fugir de conflitos e da instabilidade verificados em outras regiões de África e do Médio Oriente e tentam alcançar a Europa através do Mediterrâneo.

Território imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011 e devido a divisões e lutas de influência entre milícias e tribos, a Líbia tem sido um terreno fértil para as redes de tráfico ilegal de migrantes e de situações de sequestro, tortura e violações.

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