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Juhansone para secretária-geral interina e Selmayr como Conselheiro

A letã Ilze Juhansone é a nova secretária-geral interina da Comissão Europeia, substituindo o alemão Martin Selmayr, que assumirá a função temporária de Conselheiro Especial do presidente Jean-Claude Juncker.

Juhansone para secretária-geral interina e Selmayr como Conselheiro
Notícias ao Minuto

12:20 - 24/07/19 por Lusa

Mundo Comissão Europeia

Em comunicado, o executivo comunitário indica que, na sequência do pedido do alemão Martin Selmayr para abandonar a sua função no final de julho, acionou os meios para o substituir, tendo nomeado como secretária-geral interina a letã Ilze Juhansone, "a mais antiga secretária-geral adjunta" da Comissão Europeia.

"Juntamente com os atuais dois adjuntos -- Pascal Leardini e Céline Gauer -, [Juhansone] liderará o trabalho do secretariado-geral e assegurará a continuidade e uma transição suave entre o final da Comissão Juncker e o início da Comissão Von der Leyen", explica Bruxelas.

De saída do posto que o consagrou, muito provavelmente, como a figura mais polémica do atual executivo comunitário, Martin Selmayr foi hoje nomeado Conselheiro Especial do presidente Jean-Claude Juncker, um cargo temporário que desempenhará até 31 de outubro, último dia em funções do atual executivo comunitário.

"Na sua qualidade de Conselheiro Especial, o senhor Selmayr continuará a aconselhar o presidente em temas estratégicos importantes", esclarece o colégio de comissários, que decidiu ainda nomear o 'braço direito' de Juncker para chefiar a Representação da Comissão Europeia na Áustria, a partir de 01 de novembro.

A renúncia de Martin Selmayr ao cargo de secretário-geral da Comissão Europeia -- e a indefinição quanto ao seu futuro - foi um dos temas que mais burburinho causou nas instituições europeias nas últimas semanas, mais concretamente desde que o Conselho Europeu indigitou, em 02 de julho, a também alemã Ursula Von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia.

Um dia antes da eleição da nova presidente do executivo comunitário, em 16 de julho, pelo Parlamento Europeu, já Selmayr tinha dado conta da sua intenção de abandonar o cargo para, de acordo com as suas palavras ao meio especializado Politico, evitar que a ideia de que há demasiados alemães no topo das estruturas europeias se propagasse e prejudicasse Von der Leyen.

No mesmo dia em que o Politico noticiou a resolução do alemão do 48 anos, também Von der Leyen confirmou, numa reunião com os eurodeputados da sua família política, o Partido Popular Europeu, que iria fazer valer a regra de princípio segundo a qual não pode haver duas pessoas da mesma nacionalidade em cargos de poder no executivo comunitário.

Visto como o maior conselheiro do atual presidente da Comissão Europeia, o alemão é uma figura polémica em Bruxelas, onde é conhecido como "Monstro do Berlaymont" (o edifício-sede do executivo), pelo seu importante papel nos 'bastidores' e pela sua teia de influências.

Selmayr foi mesmo protagonista de uma das maiores polémicas da Comissão Juncker, num processo conhecido como 'Selmayrgate' que mereceu críticas da Provedora de Justiça Europeia, Emily O'Reilly.

O alemão foi promovido em 21 de fevereiro de 2018 a secretário-geral do executivo comunitário, o cargo mais elevado da administração, sem que houvesse um anúncio formal, e meros segundos depois de ter sido nomeado para secretário-geral adjunto.

"Penso que os cinco anos da comissão Juncker seriam inconcebíveis sem a sua contribuição", vincou hoje o comissário europeu do Orçamento, em conferência de imprensa, após a reunião do colégio de comissários.

O também alemão Günther Oettinger elogiou a decisão de Selmayr de abdicar do seu posto, estimando que "era muito óbvio que o secretário-geral não deveria ter a mesma nacionalidade" da futura presidente da Comissão Europeia.

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