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Paris e Moscovo discutem passos para reduzir clima de tensão com Irão

França e Rússia discutiram hoje os passos necessários para reduzir o atual clima de tensão com o Irão, abordando, por exemplo, a preservação do acordo nuclear com Teerão e os incidentes no Golfo Pérsico e no estreito de Ormuz.

Paris e Moscovo discutem passos para reduzir clima de tensão com Irão
Notícias ao Minuto

14:59 - 23/07/19 por Lusa

Mundo Irão

A informação foi avançada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo que referiu que o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, manteve uma conversa telefónica, solicitada por Paris, com o seu homólogo francês, Jean-Yves Le Drian.

Na conversa, os representantes das diplomacias russa e francesa acordaram "continuar a tomar medidas concretas para preservar o chamado Plano Abrangente de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês) e reduzir as tensões em torno do Irão", indicou um breve comunicado divulgado pelo ministério russo.

O acordo nuclear (JCPOA) foi alcançado em 2015 entre Teerão e o grupo de países conhecido como P5+1 (os cinco membros com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU --- EUA, Rússia, China, França e Reino Unido --- mais a Alemanha).

O protocolo, que visava limitar o programa nuclear da República Islâmica em troca de um levantamento de sanções contra o país, encontra-se debilitado desde maio de 2018, quando os Estados Unidos decidiram retirar-se unilateralmente do acordo e restabelecer pesadas sanções contra Teerão.

A situação desencadeou nos últimos meses uma crise na zona do Golfo Pérsico e do estreito de Ormuz, vital para o tráfego mundial de petróleo, que se agravou na passada sexta-feira com a apreensão, por parte do Irão, do petroleiro com bandeira britânica 'Stena Impero'.

As sanções impostas por Washington, bem como o fracasso dos outros países signatários em tentar atenuar os efeitos devastadores das medidas norte-americanas na economia iraniana, levou a que Teerão anunciasse que tinha ultrapassado os níveis de enriquecimento de urânio impostos pelo acordo internacional.

Está agendada para 28 de julho, em Viena, uma reunião extraordinária da comissão conjunta do acordo nuclear de 2015 para discutir o incumprimento iraniano de alguns dos compromissos estabelecidos no documento.

Durante a mesma conversa telefónica, segundo informou ainda Moscovo, Serguei Lavrov e Jean-Yves Le Drian abordaram as eleições legislativas antecipadas que decorreram no domingo passado na Ucrânia e "reafirmaram a necessidade de aplicar em pleno os acordos de Minsk" para que a paz seja alcançada no leste ucraniano.

As eleições ucranianas foram conquistadas pelo partido Servidor do Povo (Sluha Narodum, SN), força política do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que conseguiu uma votação de 43,13%, após 95,48% dos votos escrutinados.

Os dois ministros analisaram igualmente o conflito líbio e enfatizaram a importância "de acabar com o derramamento de sangue (...) e de reiniciar o mais rápido possível um processo político sem pré-condições" para alcançar a paz, segundo a nota da diplomacia russa.

A Líbia é um país imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011 e devido a divisões e lutas de poder entre diversas milícias e tribos.

A situação tornou-se ainda mais crítica desde o início da ofensiva militar contra Tripoli (sede do governo de acordo nacional líbio estabelecido em 2015 e reconhecido pela ONU) conduzida pelo Exército Nacional Líbio, forças leais ao marechal Khalifa Haftar, o homem forte do leste da Líbia.

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