A declaração do Presidente Volodymyr Zelensky surge depois de uma semana de negociações entre representantes russos e ucranianos, realizadas em Moscovo e em Kiev, que se seguiu a uma primeira conversa telefónica entre os dois chefes de Estado.

O conflito entre os dois países intensificou-se em 2014, quando a Rússia anexou a península da Crimeia. Desde então, dezenas de ucranianos e de russos foram detidos por acusações de traição ou de incitamento ao separatismo.

Eleito em abril, o Presidente ucraniano, o ex-comediante Volodymyr Zelensky, fez da libertação de ucranianos sob custódia russa uma das prioridades da sua presidência.

Segundo avançou hoje em declarações a uma televisão, a Ucrânia poderá libertar o jornalista Kirill Vyshinsky, detido há um ano por acusações de traição, se a Rússia libertar o realizador de cinema Oleg Sentsov, que está a cumprir 20 anos de prisão por alegados atos terroristas.

A eventual prorrogação da detenção de Vyshinsky será hoje determinada por um tribunal de Kiev.

"Podemos dar-vos Vyshinsky, se quiserem", disse Zelensky dirigindo-se ao Kremlin, acrescentando que, nesse caso, a Rússia deverá "devolver Sentsov".

Oleg Sentsov é ucraniano preso na Rússia com mais protagonismo, tendo-se oposto firmemente à anexação da Crimeia.

Nascido na península da Crimeia, anexada pela Rússia, Sentsov foi condenado, em 2015, a 20 anos de prisão por conspiração para cometer terrorismo.

Zelensky também se referiu aos 24 marinheiros ucranianos presos na Rússia e que deveria ter sido libertados em dezembro.

Um tribunal de Moscovo determinou na quarta-feira que os marinheiros devem manter-se presos enquanto aguardam julgamento, tendo o Presidente ucraniano afirmado hoje que devem ser libertados de imediato e sem condições, até porque a Ucrânia considera que foram raptados em águas internacionais.

Uma grande troca de prisioneiros daria um grande impulso ao partido de Zelenskiy, que enfrenta eleições legislativas no domingo.

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