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Trump diz que desaprova os cânticos racistas ouvidos no seu comício

O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse hoje que desaprova os cânticos, durante o seu comício de quarta-feira, de "enviem-na de volta (a casa)", dirigida à congressista muçulmana Ilhan Omar, nascida na Somália.

Trump diz que desaprova os cânticos racistas ouvidos no seu comício
Notícias ao Minuto

19:30 - 18/07/19 por Lusa

Mundo EUA

Num comício de apoio à sua reeleição em 2020, na Carolina do Norte, na quarta-feira, Donald Trump voltou a criticar um grupo de congressistas Democratas que ele acusa de fazerem comentários negativos sobre os EUA, levando os seus apoiantes a entoarem "enviem-na de volta, enviem-na de volta", repetindo a sugestão que o Presidente tinha feito no domingo, aconselhando-as deixar os Estados Unidos e regressarem a casa.

O cântico, incentivado por Trump, dirigia-se especificamente a Ilhan Omar, congressista muçulmana nascida na Somália, antes de emigrar para os Estados Unidos, fazendo agora parte de um setor mais progressista do Partido Democrata e que tem sido particularmente ativa na oposição às políticas de imigração do Presidente norte-americano.

"Não gostei disso, não concordo com isso", disse hoje Donald Trump, que tinha ouvido aqueles cânticos com ar de aprovação, no comício da Carolina do Norte.

A partir da Sala Oval da Casa Branca, contra todas as evidências, o Presidente dos EUA assegurou que tinha tentado interromper os cânticos: "Comecei a falar muito depressa".

Trump diz que não voltará a permitir este género de 'slogans', depois de dirigentes Democratas e mesmo alguns Republicanos terem criticado fortemente os comentários de Donald Trump, considerando-os racistas.

Os comentários de Trump dirigiram-se a um grupo de congressistas do setor progressista do Partido Democrata, que se autointitulam "o esquadrão" que integra Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova Iorque, Ilhan Omar, do Minnesota, Ayanna Pressley, de Massachusetts, e Rashida Tlaib, do Michigan.

Apesar de todas representarem minorias nos EUA, apenas Omar, da Somália, nasceu fora dos Estados Unidos, o que a tornou um alvo preferencial de Donald Trump, que a acusa de ter simpatia pelo movimento Al-Qaida e de sistematicamente criticar os EUA.

"Se não gosta do lugar onde vive, então que o deixe e regresse para a sua terra", voltou a dizer Donald Trump no comício de quarta-feira, no Estado da Carolina do Norte, repetindo a mensagem que está a causar forte polémica e que já provocou uma votação de protesto na Câmara de Representantes (que foi aprovada pela maioria Democrata).

Minutos depois deste episódio no comício da Carolina do Norte, vários candidatos Democratas na corrida à Casa Branca começaram a utilizar as suas contas na rede social Twitter para, de novo, criticarem os comentários racistas de Trump, dizendo que está na altura para iniciar um processo de destituição do Presidente.

Hoje, em declarações aos jornalistas, a congressista Ilhan Omar disse estar convencida de que Donald Trump é "fascista", denunciando o desejo do Presidente de silenciar "o debate democrático e as diferenças de opinião".

Também no Partido Democrata, alguns dirigentes e parlamentares se têm demarcado dos comentários de Trump, considerando que o Presidente foi longe demais nas expressões utilizadas contra as congressistas.

O líder da minoria Republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, disse aos jornalistas que os cânticos "não devem ter lugar no partido e em nenhum lugar deste país".

E Adam Kinzinger, dirigente Republicano no Estado do Illinois, disse que os cânticos foram "feios e errados".

Ainda assim, McCarthy, que é um leal apoiante de Donald Trump, justificou este episódio dizendo que a aversão do Presidente a Omar é baseada em questões ideológicas e não raciais

"Isto tem a ver com socialismo vs. Liberdade", disse o líder parlamentar Republicano, alinhado com a tese que tem unido o seu partido na tentativa de proteger Trump, quando este procura a sua reeleição em 2020.

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