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Centenas de sudaneses protestam em Cartum contra mortes de manifestantes

Centenas de sudaneses concentraram-se hoje em Cartum para evocar os manifestantes mortos em junho, mantendo-se a tensão apesar do recente acordo de divisão de poder entre o Conselho Militar de Transição (CMT) e o movimento de contestação.

Centenas de sudaneses protestam em Cartum contra mortes de manifestantes
Notícias ao Minuto

16:47 - 18/07/19 por Lusa

Mundo Sudão

De acordo com a agência noticiosa Associated Press, a Associação de Profissionais Sudaneses, que liderou meses de protestos e que convocou a manifestação de hoje, referiu que as forças de segurança lançaram gás lacrimogéneo para dispersar as manifestações de hoje na capital do país, Cartum. No entanto, não houve relatos de feridos graves.

Os militares destituíram do poder o Presidente, Omar al-Bashir, em abril, mas os manifestantes permaneceram nas ruas, onde apelam para uma transição rápida para o governo civil.

As organizações responsáveis pelos protestos acusam os militares de matar pelo menos 128 pessoas durante as manobras de repressão das manifestações em junho, um número rejeitado pelas autoridades, que registaram 61 mortos, entre os quais três membros das forças de segurança. Desde então, ocorreram mais mortes em novos protestos, no final do mês passado.

Na quarta-feira, o CMT sudanês e o movimento de contestação que pede uma liderança civil assinaram em Cartum um documento que estabelece os contornos para um acordo de partilha de poder.

O documento assinado pretende estabelecer um conselho soberano conjunto entre civis e militares e que deverá governar o Sudão durante cerca de três anos, até às próximas eleições.

Este conselho soberano de 11 membros seria encabeçado por um militar nos primeiros 21 meses e por um líder civil nos 18 meses seguintes. O acordo representa uma cedência de uma das principais reivindicações dos manifestantes, que exigiam uma passagem imediata do poder para os civis.

O movimento de contestação deverá nomear membros do Governo, com os dois lados a acordar um corpo legislativo dentro dos três meses seguintes ao início da transição.

Ainda assim, militares e oposição civil ainda não alcançaram um acordo quanto à divisão de poderes entre o conselho soberano, o Governo e o corpo legislativo, que deve estar consagrado num documento constitucional.

Este documento deverá ainda estabelecer os termos de uma potencial imunidade para os líderes militares quanto à violência que em junho matou mais de cem pessoas.

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