Rússia prolonga por mais três meses detenção de marinheiros ucranianos
A justiça russa prolongou hoje por mais três meses a detenção de 24 marinheiros ucranianos na sequência de um incidente naval em novembro, e quando prosseguem discussões entre Moscovo e Kiev sobre uma possível troca de prisioneiros.
© Reuters
Mundo Justiça
O tribunal moscovita de Lefortovo prolongou até 24 de outubro a detenção dos 24 marinheiros, que considera "prisioneiros de guerra", e quando a Rússia os acusa de entrarem ilegalmente no seu território.
Os marinheiros chegaram ao tribunal sob escolta policial e foram aplaudidos por familiares e amigos, segundo a agência noticiosa AFP.
Liudmila Denissova, representante ucraniana para os direitos humanos, também esteve presente.
A libertação destes 24 militares capturados por guarda-costeiros russos ao largo da Crimeia, a península anexada pela Rússia em 2014, foi segundo Kiev a "questão-chave" abordada na semana passada durante o primeiro contacto telefónico entre o novo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o seu homólogo russo Vladimir Putin.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, indicou hoje aos jornalistas que o assunto foi abordado, mas que de momento "não existem formais" para a sua libertação.
No entanto, Liudmila Denissova e Nikolaï Polozov, o advogado que dirige a equipa que defende os marinheiros ucranianos, referiram que a Ucrânia e a Rússia estão a negociar uma possível troca de prisioneiros.
Denissova e a sua homóloga russa, Tatiana Moskalkov já terão analisado uma lista de prisioneiros, com a lista ucraniana contendo "150 casos", segundo a representante de Kiev.
"A pressão sobre a Rússia para libertar os prisioneiros sem condições vai aumentar", comentou a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros ucraniana, Olena Zerkal, ao considerar que o prolongamento da sua detenção apenas "agravará a situação".
Em novembro de 2018, um incidente entre navios de guerra ucranianos e guarda-costeiros russos ao largo da Crimeia terminou com a apreensão das três embarcações ucranianas. Três marinheiros ficaram feridos.
A Rússia denunciou uma "agressão" e afirma que entraram ilegalmente nas águas territoriais russas, e quando a Ucrânia assegura ter avisado o vizinho sobre o percurso dos seus navios, que se dirigiam para o mar de Azov partilhado entre os dois países, e acusa Moscovo de ter violado o direito internacional.
Apesar dos apelos à sua libertação, a Rússia anunciou por diversas vezes que vão ser julgados.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com