A 20 de julho, Netanyahu ultrapassará David Ben-Gurion, que foi primeiro-ministro de Israel durante 11 anos, ao completar 13 anos no cargo, com uma interrupção de 10 anos entre 1999 e 2009.

Os seus apoiantes dão-lhe crédito por manter o país seguro, próspero, por manter o caráter judeu e por melhorar a posição de Israel a nível internacional.

A oposição alega que Netanyahu acabou com as esperanças de um acordo de paz com os palestinianos, dividiu a sociedade com vários ataques à minoria árabe e à oposição da esquerda e também o acusam de administrar a política da nação com uma cultura de corrupção.

"Eu penso que o seu legado será o seu sucesso em bloquear qualquer esperança que exista em alcançar a paz entre as duas nações (Israel e Palestina)", declarou um responsável palestiniano, Saeb Erekat, ao referir-se ao primeiro-ministro israelita.

"A sua governação tem sido caracterizada pelo conservadorismo e pela hesitação. Se ele for lembrado por algo será pela sua ociosidade", disse um deputado da oposição, Tamar Zandberg.

Mas todos concordam que o primeiro-ministro está a deixar a sua marca em Israel.

"As coisas correm bem. Então porque é que iríamos mudar os cavalos vencedores", questionou Aviv sobre o que os israelitas pensam.

Ao contrário dos seus antecessores, Benjamin Netanyahu, de 69 anos, não marcou a política de Israel por ganhar guerras ou assinar um acordo de paz, mas sim por resistir a várias iniciativas de paz, por combater o programa nuclear do Irão e por construir uma cerca na fronteira, de modo a diminuir o fluxo de migrantes africanos.

Tanto os seus admiradores como críticos pensam que o que o distingue é a inigualável perspicácia política, uma vontade implacável de vencer a todo custo e uma incrível capacidade de vender as suas políticas mutáveis ao público.

Um colunista do jornal diário Haaretz considera que Netanyahu é um "incrivelmente bom estratega político", que presidiu um período de prosperidade e tranquilidade.

Netanyahu orgulha-se de expandir os laços com países que no passado rejeitaram Israel, incluindo estados árabes que compartilham a inimizade de Israel com o Irão, enquanto rejeitavam as demandas para um estado Palestiniano.

Benjamin Netanyahu já revelou que gostaria de ser lembrado como "o protetor de Israel".

Ao mesmo tempo que alcança uma meta histórica, Netanyahu também enfrenta um dos maiores desafios políticos de sempre.

Depois de falhar a formação de uma maioria parlamentar após as eleições de abril, o país vai voltar às urnas a 17 de setembro e no mês seguinte, em outubro, será ouvido pelo Procurador Geral de Israel, que recomendou que Netanyahu fosse acusado de corrupção. Se isto acontecer, pode ser obrigado a abandonar o cargo.