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Von der Leyen assume compromissos para 'convencer' socialistas e liberais

A alemã Ursula von der Leyen assumiu hoje uma série de compromissos em cartas enviadas aos socialistas e liberais europeus, de modo a 'convencer' aqueles grupos a votar a favor da sua nomeação como presidente da Comissão Europeia.

Von der Leyen assume compromissos para 'convencer' socialistas e liberais
Notícias ao Minuto

15:53 - 15/07/19 por Lusa

Mundo Comissão Europeia

Nas duas missivas, dirigidas aos líderes parlamentares de Socialistas e Democratas (S&D) e dos liberais do Renovar a Europa, e a que a agência EFE teve acesso, a candidata indigitada pelo Conselho Europeu para a presidência do executivo comunitário respondeu às questões que ambos os grupos lhe colocaram por escrito no final da semana passada, após a ronda de consultas que a ainda ministra alemã da Defesa encetou no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Na carta endereçada à socialista Iratxe García, Von der Leyen compromete-se a colocar em prática um plano de ação para implementar na íntegra o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, que, entre outras coisas, prevê um salário mínimo "justo" a nível europeu e estabelece uma "Garantia infantil europeia", para que todas as crianças em risco de pobreza ou exclusão social tenham acesso aos direitos mais básicos.

Quanto às migrações, propõe-se apresentar um novo pacto europeu para as migrações e asilo e a fortalecer a luta contra o crime organizado de traficantes e contrabandistas.

Já na carta remetida a Dacian Ciolo, líder parlamentar do Renovar a Europa, a alemã é ambígua em relação à pretensão dos liberais de que a dinamarquesa Margrethe Vestager tenha um cargo equiparável, no próximo executivo, ao do socialista holandês Frans Timmermans, que deverá manter o posto de primeiro (e único) vice-presidente da Comissão Europeia na legislatura 2019-2024.

"A equipa de liderança da Comissão consiste num presidente e em dois vice-presidentes executivos. Um deles, o primeiro vice-presidente, substituirá o presidente na sua ausência", explica, sem especificar qual dos dois -- Timmermans ou Vestager -- assumiria esse posto.

Outra das cedências da alemã àquele grupo é a promessa de trabalhar numa agenda comercial "livre e justa", em que cada acordo firmado respeite os "padrões climáticos mais exigentes" e tenha uma política de tolerância zero relativamente ao trabalho infantil.

Apesar dos compromissos distintos assumidos por Von der Leyen perante cada um destes grupos políticos, ambas as cartas coincidem na promessa de um reforço dos mecanismos de defesa do Estado de Direito, com a candidata a afastar as dúvidas geradas após as consultas com os diferentes grupos quanto a esta matéria.

Socialistas e liberais mantiveram, após os encontros da semana passada, a indecisão quanto ao sentido de voto das suas bancadas, condicionando-o às respostas que a candidata desse aos seus pedidos e aos compromissos que estivesse disposta a assumir.

Ambos os grupos remeteram para o início desta semana uma decisão quanto à orientação de voto da respetiva bancada no escrutínio que terá lugar na terça-feira, dia em que a política alemã terá a sua 'prova de fogo' na assembleia europeia.

Depois de proferir uma declaração inicial, às 09:00 locais, e de debater com os eurodeputados quais serão as suas prioridades para os próximos cinco anos até às 12:30, Von der Leyen terá de aguardar pela votação agendada para as 18:00 para ver (ou não) confirmada a sua nomeação como presidente da Comissão Europeia.

A candidata necessita obter uma maioria absoluta - metade dos eurodeputados mais um -- para suceder ao luxemburguês Jean-Claude Juncker na presidência do executivo comunitário.

Para ser eleita, bastar-lhe-ia o apoio das três maiores famílias políticas -- o 'seu' Partido Popular Europeu (PPE), os socialistas e liberais --, as que estão representadas no Conselho Europeu e que acordaram o 'pacote' de nomeações para os cargos institucionais de topo da União Europeia para os próximos cinco anos, e que entre si somam 444 eurodeputados.

Se falhar na missão de 'convencer' socialistas e liberais, e tendo em conta que dentro do próprio PPE pode haver dissidentes -- o voto é secreto -, Von der Leyen poderá ser mesmo 'chumbada', já que os Verdes europeus e a Esquerda Unitária (GUE/NGL) já anunciaram que votarão contra, e os eurocéticos Identidade e Democracia e grupo dos Conservadores e Reformistas monstraram-se pouco propensos a apoiar a nomeação, em resposta ao 'cordão sanitário' imposto aos seus eurodeputados pelas grandes famílias políticas na distribuição dos lugares de responsabilidade do PE.

Neste momento, o número de eurodeputados que compõem o hemiciclo é de 747 e não 751, pelo que a política alemã necessitaria de 374 votos favoráveis.

Caso a candidata apontada pelo Conselho Europeu não obtenha a maioria necessária, os chefes de Estado e de Governo terão de propor um novo candidato no prazo de um mês.

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