Israelitas, palestinianos e ONU condenam apelo de líder do Hamas
Responsáveis israelitas e palestinianos e o emissário das Nações Unidas condenaram hoje um líder do movimento islâmico do Hamas, que apelou aos palestinianos para que matem judeus "em todo o mundo"
© iStock
Mundo Médio Oriente
"Se o bloqueio não for suspenso, explodiremos os nossos inimigos, se Deus quiser", disse na sexta-feira Fathi Hamad, membro de uma das unidades do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, durante as manifestações semanais feitas na barreira que separa o enclave palestiniano de Israel.
Israel impôs, há cerca de 10 anos, um bloqueio na estreita faixa de terra entre o Mediterrâneo, o Estado judeu e o Egito, onde vivem quase dois milhões de palestinianos.
"Sete milhões de palestinianos no estrangeiro, preparem-se! Vocês têm judeus entre vocês, em todos os locais onde vocês estão. Ataquem todos os judeus que puderem, em todo o mundo, e matem-nos", defendeu Fathi Hamad.
O enviado da ONU para o Médio Oriente, Nickolay Mladenov, condenou o apelo, considerando tratar-se de um "discurso perigoso, repugnante e incitador de ódio".
Estas declarações "devem ser condenadas por TODOS", escreveu o representante das Nações Unidas numa mensagem divulgada no Twitter.
"Os valores justos da causa palestiniana incluem o amor pela liberdade, a justiça e a igualdade. O apelo repugnante de Fathi Hamad sobre os judeus não representa nenhum destes valores", afirmou, por sua vez, o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina, Saëb Erekat, aliada do partido Fatah.
A Fatah e o Hamas estão em conflito desde que o movimento islâmico assumiu o controle da Faixa de Gaza, em 2007, após uma quase guerra civil.
Um dos porta-vozes do Governo israelita também reagiu, classificando as declarações de Hamad como um reflexo do Hamas.
"O Hamas está por detrás de tumultos na fronteira de Gaza, o Hamas está a construir fábricas de cintos explosivos usados por meninos e meninas em Gaza, o Hamas quer matar judeus em todo o mundo", afirmou.
"Agora percebem porque defendemos a nossa fronteira em Gaza", argumentou.
Os palestinianos de Gaza estão, desde março do ano passado, a reunir-se ao longo da barreira que os separa de Israel em protesto contra o bloqueio israelita.
Os manifestantes reivindicam o direito de regressar às terras de onde os seus antepassados foram expulsos ou forçados a fugir, quando Israel foi criado, em 1948.
Desde março de 2018, pelo menos 295 palestinianos foram mortos em tiroteios com israelitas, a maioria dos quais na fronteira.
Desde essa altura, foram mortos sete israelitas, incluindo cinco civis.
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