Ministro espanhol nega que PSOE 'jogue' para repetir eleições
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, Josep Borrell, negou hoje que o PSOE esteja a 'jogar' para repetir eleições, porque as sondagens sugerem que poderia aumentar a maioria de abril, e frisou que "voltar a votar não é solução".
© Reuters
Política Josep Borrell
"O país não vai repetir eleições. Aqueles que dizem que no PSOE jogamos com isso, estão completamente errados. Estamos perfeitamente conscientes de que o país precisa de um governo o mais depressa possível", afirmou hoje Josep Borrell, citado pela agência Efe.
O ministro espanhol falava no encerramento da escola de verão do partido, em Barcelona, no qual também interveio o líder dos socialistas catalães, Miguel Iceta, e o dirigente máximo do partido na capital catalã, Jaume Colboni, encontrando-se entre o público a presidente do PSOE, Cristina Narbona.
Borrell pediu para que haja um acordo que permita a reeleição de Pedro Sánchez como presidente, porque "o país não se pode permitir a ter mais tempo", uma vez que "um governo em funções funciona, mas não funciona plenamente".
Neste sentido, o governante convocou as forças políticas para assegurarem a "governabilidade" do país facilitando um governo socialista, frisando tratar-se da única opção viável com as maiorias atuais.
Aproveitando a sua passagem pela Catalunha, o ministro em funções lamentou a "terrível campanha de difamação" realizada internacionalmente pelos separatistas catalães contra a sua "humilde pessoa", desde que foi indicado como o mais alto representante da diplomacia europeia.
Em 03 de julho, os chefes de Estado e de Governo dos 28 países da União Europeia (UE) nomearam o socialista Josep Borrell para o cargo de Alto Representante da UE para a Política Externa.
O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) ganhou as eleições legislativas de 28 de abril com 123 deputados num total de 350, mas até agora não conseguiu os apoios necessários para assegurar a investidura de Pedro Sánchez, numa votação prevista para a semana que se inicia em 22 de julho.
Os votos do Unidas Podemos são imprescindíveis à recondução de Sánchez, depois de todos os partidos à direita do PSOE já terem confirmado que irão votar contra a sua investidura, apesar dos múltiplos apelos do chefe do Governo de gestão para que se abstenham.
A formação de extrema-esquerda exige a entrada de dirigentes seus, como ministros, no futuro Governo espanhol, possibilidade que os socialistas recusam terminantemente, preferindo apenas o seu apoio parlamentar e avançando apenas com a eventual concessão de lugares intermédios de poder (secretarias de Estado e direções-gerais).
Mesmo se conseguir o apoio do Unidas Podemos, Sánchez terá de negociar com outros partidos ou, na pior das hipóteses, que se abstenham numa segunda volta, quando apenas precisar da maioria dos votos expressos.
A falta de progressos para formar Governo, três meses depois das eleições legislativas, leva os analistas a avançarem cada vez mais com a possibilidade de que seja marcada uma nova consulta eleitoral.
Nas legislativas de 28 de abril, os socialistas foram o partido mais votado, com quase 29% dos votos, mas outros quatro partidos tiveram mais de 10%, acentuando a grande fragmentação política do país.
O PSOE tem 123 deputados eleitos (28,68% dos votos), o PP 66 (16,70%), o Cidadãos 57 (15,86%), a coligação Unidas Podemos 42 (14,31%), o Vox (extrema-direita) 24 (10,26%), tendo os restantes sido eleitos em listas de formações regionais, o que inclui partidos nacionalistas e independentistas.
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